Consórcio muda projeto vencedor do Porto Olímpico, no Rio

No lugar de praças abertas para a rua, será construída área restrita para moradores; na Olimpíada de 2016, o local vai abrigar as vilas de mídia e de árbitros

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Por Felipe Werneck
Atualização:

RIO - O projeto vencedor do concurso Porto Olímpico, promovido em 2011 pela prefeitura do Rio e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), foi modificado pelo consórcio construtor. Originalmente, estavam previstas praças abertas para a rua numa área arborizada de 5 mil metros quadrados, que interligaria o novo conjunto residencial de sete prédios à zona portuária. Agora, será construída uma área de lazer restrita aos moradores, com "espaços diferenciados" projetados como "um grande clube" privativo.

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Os 1.333 apartamentos serão entregues em janeiro de 2017. Durante a Olimpíada de 2016, o local vai abrigar as vilas de mídia e de árbitros. "Mantivemos o conceito do projeto, mas tivemos de adaptá-lo à realidade do mercado", disse o diretor de Incorporação do grupo Porto 2016, Eduardo Cruz. O grupo é formado pelas empresas Odebrecht, OAS, Carioca e REX, do empresário Eike Batista.

Para o presidente do IAB, Sérgio Magalhães, a nova proposta empobrece o conceito original de espaço semi público, que ele apontou como uma das grandes virtudes do projeto vencedor e de outros concorrentes. "A ênfase nesse tipo de conformação urbanística e arquitetônica mostra que é uma contribuição importante para melhorar a cidade. Sai um conceito inovador em benefício do convencional. Houve um empobrecimento", disse Magalhães.

Na opinião do arquiteto, condomínios fechados não deveriam ser o modelo para um lugar central do Rio. "Isso é para áreas de expansão que têm medo da cidade." Ele também questionou a preferência a projetos corporativos na revitalização da zona portuária – o chamado Porto Vida é o primeiro residencial.

Mini praia. De acordo com o material de divulgação do conjunto de sete prédios, as praças foram substituídas por "extensas áreas de convivência, lazer e esportes projetadas como um grande clube, preservando a individualidade dos moradores". "Salões de festas, piscina semiolímpica, mini praia, saunas, quadras poliesportivas, áreas contemplativas e de repouso, academia, espaço infantil, gourmet, salão de estudos e jogos são alguns dos espaços diferenciados do novo residencial."

As alturas variadas dos prédios foram mantidas – eles terão de 18 a 35 andares. Marcos Pires, gerente de Incorporação do Porto 2016, afirmou que a questão das praças foi a única mudança significativa. "Precisamos projetar áreas de lazer, é uma demanda do mercado. A diferença é que elas foram interiorizadas." Segundo ele, outra área de uso misto com 4 mil metros quadrados será mantida. Estão previstas 33 lojas no térreo.

"A ideia da integração vai se concretizar com a lojas", disse Pires. Servidores municipais terão prioridade na compra de pelo menos 1.000 dos apartamentos, com financiamento especial. Os apartamentos terão entre 66,8m² (dois quartos) e 89m² (três), todos com varanda, suíte e garagem. Vão custar a partir de R$ 420 mil, segundo a Porto 2016. "É o preço de mercado, com a diferença que o empreendimento surge com infraestrutura nova e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na porta", disse Cruz.

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