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Consórcio nega relação entre obras e aprofundamento de ruas

Responsável pela Via Amarela, porém, não sabe se obras influíram no acidente

Por Agencia Estado
Atualização:

Em entrevista coletiva concedida no fim da tarde desta sexta-feira, 16, o engenheiro e gerente de administração do contrato da linha 4 do Metrô, Wagner Marangoni, representante do consórcio Via Amarela, disse que não há como vincular as obras de construção da Estação Pinheiros ao aprofundamento de ruas da região, onde ocorreu o desabamento que resultou na morte de sete pessoas. No entanto, ao ser questionado se o desabamento da Rua Capri estaria relacionado às obras realizadas pelo consórcio, Maringoni respondeu: "Não sei se tem vínculo com o acidente". O engenheiro disse que somente o laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) poderá apontar a causa do acidente. De acordo com reportagem da Revista Época, o Metrô e o consórcio de construtoras responsáveis pela obra - Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez - sabiam dos riscos nas proximidades da Estação Pinheiros um ano antes do desabamento ocorrido no último dia 12 de janeiro. Marangoni afirmou que o consórcio fez estudos geológicos para avaliar a área onde seria construída a estação antes de começar as obras, durante a elaboração do projeto, para verificar a estrutura do solo e o impacto da obra nas construções e casas já existentes na região. Durante a vistoria cautelar feita em novembro de 2005, realizada nas casas da região, as empresas perceberam que três ruas da região apresentavam aprofundamentos: Conselheiro Pereira Pinto, Eugênio de Medeiros e Capri. O laudo da CCN Planejamento e Engenharia, consultoria contratada pelo consórcio para realizar a vistoria, apontou que os aprofundamentos nas ruas Conselheiro Pereira Pinto e Eugênio de Medeiros estavam relacionados a problemas na rede de esgoto e nas galerias pluviais da região. O documento não informava se existiam vazamentos no local, mas Marangoni afirmou que, se houvesse vazamentos, eles não teriam prejudicado as obras porque não havia nenhuma rede importante no canteiro. A Sabesp já havia negado ser responsável pelos aprofundamentos. Na Rua Capri, entretanto, onde o acidente ocorreu, não foram constatados problemas dessa natureza. O laudo é assinado pelo engenheiro Julio Cerqueira Neto. Na Rua Capri, o laudo concluiu que não havia causa aparente para os aprofundamentos e sugeriu que a fragilidade do solo pudesse ser o motivo, pois os aprofundamentos coincidiam com o local onde o ponto de ônibus estava localizado, por onde um fluxo intenso de ônibus circulava diariamente.

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