O presidente do Metrô, Luiz Carlos David, disse nesta quarta-feira, 14, que ficou surpreso com as denúncias apontadas no laudo sobre as obras da Linha 4-Amarela divulgadas na noite de terça-feira,13, pelo Jornal Nacional. Questionado se as obras seriam suspensas na linha 4, após a nova denúncia, David declarou que não vê necessidade de paralisar as atividades neste momento e negou que haja risco de desabamento na futura Estação Fradique Coutinho. Mudando o tom de declarações anteriores, quando afirmou que nada fora avisado sobre a estrutura "porque não há preocupação", David afirmou que a partir de agora todo e qualquer laudo feito pelos engenheiros contratados pelo consórcio terá de ser repassado ao Metrô e que vai exigir do Consórcio Via Amarela todos os laudos das obras da Linha 4 a partir do dia 12 de janeiro, data do desabamento do canteiro de obras da futura Estação Pinheiros, na zona oeste da cidade, quando sete pessoas morreram. Em entrevista à Rádio Eldorado, David afirmou que as estruturas da estação estão seguras, porém, o Metrô determinou que o Consórcio Via Amarela dê explicações à empresa e à população sobre o laudo. Os esclarecimentos deveriam ser feitos às 10 horas desta quarta-feira no próprio canteiro de obras da futura Estação Fradique Coutinho, em Pinheiros. "Eles devem dar tranqüilidade à população, mostrar todos os documentos, bem como seu consultor de estrutura deve explicar a posição e apresentar essa explicação formal ao Metrô sobre a estrutura e sua estabilidade", afirmou. Também nesta quarta-feira, sem horário definido, representantes do Consórcio Via Amarela, do Metrô, do Ministério Público e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) devem se reunir na sede do Ministério Público, a portas fechadas. Eles irão discutir as denúncias e a possível paralisação das obras. A divulgação do laudo, dando conta de que novos acidentes poderiam acontecer, fez com que o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, convocasse uma reunião de última hora com o presidente e diretores do Metrô, e representantes do Consórcio Via Amarela, formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e Alstom. O encontro, que aconteceu na casa do secretário, terminou às 2h40 desta quarta-feira. Assim que tomou conhecimento do laudo, dizendo que as soldas realizadas nas vigas de sustentação das paredes de concreto da futura Estação Fradique Coutinho poderiam comprometer toda a estrutura da estação, Portella convocou uma reunião em sua residência, mas não falou com a imprensa ao término dela. Os representantes da Via Amarela, ao deixarem o apartamento do secretário, não quiseram expor o que foi decidido no encontro. "Estamos aguardando os laudos relevantes e irrelevantes desde o dia 12. Temos que julgá-los com isenção. Eles são rotineiros, mas nem sempre chegam ao Metrô. Estamos exigindo do Consórcio que dê explicações sobre as soldas", disse David. O presidente do Metrô afirmou ainda que o secretário recebeu "com indignação" a existência do relatório elaborado pelo inspetor Nelson Augusto Damásio, contratado pelo Consórcio, apontando falhas no sistema de soldas da obra. Este texto foi alterada às 9h18 para acréscimo de informações.