Contagem de presos no Paraná confirma número de mortos

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Por Agencia Estado
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O número de presos na Penitenciária Central do Estado do Paraná (PCE), em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, coincidiu com os dados que o Departamento Penitenciário (Depen) possuía. A contagem, feita pela Polícia Militar, terminou somente na noite de sábado. "O número está absolutamente correto", afirmou o diretor do Depen, Pedro Marcondes. "Não houve nenhuma fuga e nenhuma morte, além das já anunciadas." Segundo ele, com os alvarás de soltura e novos presos que entraram nos últimos dias, a PCE está hoje com 1.349 presos, além de outros cinco que estão respondendo a processos em comarcas do Estado. Com a contagem, também foram identificados os presos mortos na rebelião ocorrida entre os dias 6 e 12. Além de José Reginaldo Repeck, morreram Marcos Rogério da Silva e Claudiomiro Soares. O Instituto Médico Legal deve fazer agora a identificação oficial. Ontem, os familiares realizaram a primeira visita depois de 14 dias. A princípio, não seria permitida a entrada de alimentos, mas o novo diretor da PCE, tenente-coronel Nemésio Xavier, acabou liberando. Segundo ele, a contagem de presos demorou, pois houve cadastramento completo de cada detento. Ele também procurou medicar os doentes, "para que houvesse tranqüilidade na visita". Marcondes disse que a nova direção vai impor uma "disciplina diferenciada" na PCE. "Sem violar os direitos dos presos, sem qualquer abuso, mas uma disciplina que torne possível a convivência mais harmônica", afirmou. Uma das primeiras medidas foi separar os que demonstraram "simpatia" pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). "Adotamos disciplina rigorosa, isolamos, tiramos do convívio dos demais presos para não prejudicar a convivência harmônica." Entre as novas normas está o estabelecimento de horário para fornecimento de água. Também não entrará mais alimento cru, sobretudo arroz, pois os presos fermentavam-no e produziam bebidas. "Vamos fazer com que todos os presos tenham condições de cumprir sua pena sem qualquer extorsão, sem um preso tomar o colchão de outro, sem um preso estar querendo tomar a comida de outro", disse. A cantina, que era administrada pelos presos, foi extinta. A PM continua a operação pente-fino para encontrar armas na penitenciária. Três grandes túneis foram encontrados nas vistorias realizadas até agora. O maior deles já tinha ultrapassado os muros da penitenciária e sairia na área da Casa de Força. A polícia acredita que os rebelados pretendiam pegar alguém da imprensa como refém. Na rebelião, foram mortos três presos e um dos 26 reféns. Os 23 líderes da rebelião foram transferidos para outros Estados.

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