Continua rebelião em Contagem

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Militar de Minas Gerais retomou no final da manhã deste sábado as negociações com os 103 presos que continuavam rebelados desde as 11h15 da última quarta-feira, no pavilhão 2 da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Três pessoas são mantidas como reféns, entre eles o vice-diretor de Segurança do presídio, Ruy França Júnior. A PM espera vencer os rebelados pelo cansaço. Desde a noite da última quarta-feira, a água, a luz e a comida do pavilhão foram cortadas. Segundo o comandante do Policiamento da capital, coronel Reinaldo Martins, a orientação da Secretaria de Estado de Defesa Social é esgotar ao máximo as negociações. A PM reluta em atender às reivindicações dos amotinados. Entre elas está a transferência de quatro presos para os presídios de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e Divinópolis, no centro-oeste de Minas. As negociações estão a cargo apenas dos policiais militares. Ontem, a juíza da Vara de Execução Criminal de Contagem, Adriana Moreira Barbosa, se retirou das intermediações alegando que os presos querem a volta de regalias que foram extintas recentemente, desde que a administração do presídio passou a ser investigada pela Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa do Estado. Hoje, os presos chegaram a exibir faixas no telhado do pavilhão pedindo a volta às negociações de representantes da Vara de Execuções Penais da cidade. Além das transferências, os rebelados pedem a criação de um regime de celas individuais na penitenciária, a agilização e a retomada de processos, revisão de penas e apuração das denúncias de agressão que estariam sendo cometidas por agentes penitenciários e policiais militares dentro da Nelson Hungria. Os presos cobram também a ampliação do horário de banhos de sol. Cerca de 150 policiais militares estão no presídio e reforçam a guarda dos outros pavilhões para evitar novas revoltas, como a que ocorreu no início da noite de quinta-feira no pavilhão 10. Hoje, as visitas de familiares foram suspensas nos pavilhões 10 e 2. Esta é a quarta rebelião na penitenciária, inaugurada como um presídio de segurança máxima, somente neste ano. No início do motim, os rebelados fizeram cinco pessoas reféns. Um agente penitenciário foi libertado ontem pela manhã e outro conseguiu escapar pulando de uma altura de dez metros, do telhado do pavilhão.

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