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Contra PMDB muito forte, Cid sugere Aécio liderando Senado

Governador do PSB vê presença do mineiro na presidência da Casa como forma de conter os peemedebistas

Por Eugênia Lopes , Carol Pires e BRASÍLIA
Atualização:

Anabolizado pela eleição de seis governadores, o PSB, em sua luta por cargos, decidiu jogar contra a aliança PT-PMDB prestigiando um adversário: o senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG). Na reunião da Executiva do partido, ontem, o governador reeleito do Ceará, Cid Gomes, surpreendeu ao propor apoio da base aliada à eleição do senador tucano para presidente do Senado."Defendo que a presidente eleita, Dilma Rousseff, faça um gesto em relação ao diálogo prometido, para trazer a oposição. Esse gesto seria o Aécio Neves na presidência do Senado", disse Cid Gomes. "Seria um belo aceno para a oposição", completou. As chances de a ideia prosperar são, no entanto, muito pequenas. O PMDB elegeu o maior número de senadores. Pelo regimento, deverá indicar o presidente do Senado. "O Cid fez uma proposta ousada de se sair da dicotomia PT-PMDB", avalia o deputado reeleito Júlio Delgado (PSB-MG).Cid e seu irmão, Ciro Gomes, são amigos de Aécio. No início do ano, Ciro Gomes chegou a declarar que votaria nele se o mineiro fosse candidato a presidente em lugar de José Serra. "Acho muito melhor ter Aécio como líder da oposição. Serra é muito mais figadal", disse Cid. O governador Eduardo Campos, reeleito em Pernambuco, ek presidente do PSB, tem outra ideia. "A nossa visão, e a do PSB, é que nós devemos, sempre que pudermos, respeitar a proporcionalidade", disse ele. "Só deve ser rompida a proporcionalidade se houver um acordo político". A proposta de Cid Gomes é uma tentativa de frear o poder do PMDB, que elegeu quatro governadores, terá a maior fatia nos ministérios e disputa com o PT a presidência da Câmara. A sugestão de Cid casa com movimento do PSB por uma aproximação do governo com os tucanos. "O PSB deve e vai contribuir para se dar sequência ao que a Dilma falou, estender as mãos aos adversários", disse Campos, que já conversou com os novos governadores tucanos Beto Richa (PR) e Teotônio Vilela (AL).

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