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Contradições cada vez maiores no caso da morte dos Staheli

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público entrou com recurso, hoje, para que o caseiro Jossiel Conceição dos Santos, suspeito de envolvimento no assassinato do casal Staheli, fique preso. A promotora Marcele Navega pediu a revisão da decisão da juíza Maria Angélica Guimarães Guerra Guedes, que negou dois pedidos de prisão temporária do rapaz na semana passada. O Tribunal de Justiça do Rio não informou se a juíza recebeu hoje o recurso da promotora. Tanto Maria Angélica quanto o juiz Renato Ricardo Barbosa indeferiram os pedidos de prisão temporária que o MP fez na última sexta-feira por entender que não havia provas contra Santos. Ele foi preso na quinta-feira passada depois de invadir a casa dos cônsules da Turquia, que fica próxima à dos Staheli, e foi solto na sexta, graças à Justiça. Marcele Navega colheu o último depoimento prestado pelo caseiro, na segunda-feira, em que ele deu o nome de outras duas pessoas que teriam participado do crime, além das duas que ele já havia denunciado. O defensor público Alexandre Paranhos, que orienta Santos, sustenta que a prisão dele é ?completamente desnecessária?. ?Ele tem residência fixa, é réu primário, tem bons antecedentes e tem colaborado com a polícia.? Paranhos disse que se a polícia requerer exame de sanidade mental do rapaz, a defensoria irá orientá-lo a fazê-lo. O defensor lembrou que Santos não é obrigado a se submeter a qualquer teste. O secretário Anthony Garotinho ? que proibiu os investigadores e peritos de dar entrevistas sobre o caso e está concentrando as informações ? disse que a polícia está avaliando as contradições nas três diferentes versões apresentadas por Santos nos últimos cinco dias. ?Existem todas as contradições (nos depoimentos)?, disse Garotinho. ?Foi encontrado sangue de três pessoas. Outros crimes podem ter sido cometidos.? O secretário se recusou a responder as perguntas dos jornalistas sobre o crime na saída do hospital Copa D?Or, onde estava por conta da internação da governadora Rosinha Matheus, sua mulher. Ele deu declarações rápidas. Disse não ter dúvidas de que Santos se envolveu no duplo homicídio. ?Tudo o que ele falou indica que ele conhecia a casa e que teve participação, direta ou indireta.? Segundo a primeira versão, o caseiro matou os Staheli porque Todd o chamou de ?crioulo?. Pela segunda, ele apenas deu o pé-de-cabra aos dois assassinos. Ontem, o caseiro declarou que outros dois homens também participaram. Ele declarou também que recebeu um cheque de R$ 7 mil por ter ajudado os matadores, mas não conseguiu sacar o dinheiro. Policiais foram ao banco e descobriram que o cheque nunca existiu. Na semana passada, o caseiro havia dito que receberia R$ 40 mil pelo serviço, quantia que jamais foi paga. A polícia investiga se o caseiro cometeu outros crimes, uma vez que foram encontrados vestígios de sangue de pessoas não identificadas no material apreendido com ele. O exame de DNA feito no pé-de-cabra e em peças de roupa que o caseiro disse ter usado no dia em que Todd e Michelle Staheli foram mortos mostrou que os resquícios não eram deles. Não é possível afirmar de quem é o material, já que a identidade da pessoa só pode ser descoberta por comparação. No pé-de-cabra, foram encontrados amostras de três seres humanos.

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