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Controladores de vôo serão ouvidos pela PF após dia 13

Servidores que trabalhavam no dia da queda do Boeing da Gol estão afastados

Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal (PF) só ouvirá após o dia 13 de novembro os controladores e supervisores de vôo que trabalhavam no dia da queda do Boeing da Gol após o choque com o jato Legacy, que matou 154 pessoas. Por intermédio de um advogado da Associação Brasileira dos Controladores de Vôo, o delegado Renato Sayão, responsável pelo inquérito, recebeu um atestado médico informando que os dez controladores e supervisores que seriam ouvidos estão afastados para tratamento psiquiátrico. Na próxima semana, o delegado Sayão se reunirá com o juiz federal de Sinop, no Mato Grosso, Charles Frazão de Moraes, para requisitar a prorrogação do inquérito por mais 30 dias. O prazo vence no próximo dia 5. O atestado, conforme informou a PF, é assinado por um psiquiatra da Força Aérea Brasileira (FAB) e fornecido pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfico Aéreo (Cindacta). Ainda segundo a PF, a Aeronáutica informou que o afastamento para tratamento seria uma praxe após acidentes aéreos. Diante da impossibilidade de cumprir um de seus principais objetivos em Brasília - colher o depoimento dos controladores - o delegado decidiu retornar a Cuiabá para providenciar a prorrogação do prazo da investigação que apura as causas e as responsabilidades pela queda do avião. Sayão está em Brasília há vinte dias com o objetivo de ouvir os controladores e colher laudos das caixas-pretas e depoimentos dos pilotos em poder da Aeronáutica, que também apura as causas do acidente. Pôs as mãos em apenas uma parte dos documentos que desejava e conseguiu ouvir apenas dois técnicos da Embraer. O delegado chegou a ir ao ministro da Defesa, Waldir Pires, para tentar obter as informações, que prometeu colaboração, mas os documentos não chegaram. O Comando da Aeronáutica alega sigilo militar. No início da última semana, Sayão chegou a recorrer à Justiça Federal do MT para quebrar o sigilo imposto pela Aeronáutica. A questão foi remetida ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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