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Controladores vão ao STF contra Saito

Atos do Alto Comando durante motim, há 1 ano, motivaram ação

Por Tania Monteiro
Atualização:

A Federação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta) entrou ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação contra o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, por ter retirado todos os oficiais da FAB das salas de monitoramento de vôos, entre os dias 30 de março e 2 de abril de 2007. A organização responsabiliza o comandante por ter colocado em risco todos os passageiros que voavam naqueles dias. Em 30 de março de 2007, cerca de 150 controladores de tráfego aéreo que trabalhavam no Cindacta-1, em Brasília, decidiram paralisar os trabalhos às 19 horas, só voltando a operar os painéis de controle depois da meia-noite. Todos os vôos no País foram suspensos por quase seis horas e desencadeou-se um caos aéreo cujos reflexos duraram meses. A ação foi classificada, depois, pela Aeronáutica, como motim. A ação se estende a todos os integrantes do Alto Comando. De acordo com o pedido, apresentado pelo advogado Roberto Sobral, a cúpula da Força deve ser denunciada e culpada por crimes de ''abandono de posto, descumprimento de missão, omissão de eficiência e desrespeito a superior''. O advogado da Febracta, que já deu entrada em outra ação semelhante no Superior Tribunal Militar (STM), explicou que o Alto Comando da Aeronáutica desrespeitou uma ordem do presidente da República, comandante em chefe das Forças, Luiz Inácio Lula da Silva, que estava em viagem ao exterior, e havia determinado ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que fosse ao Cindacta de Brasília negociar com os controladores. PROMESSAS Os militares só voltaram ao trabalho após as promessas de Paulo Bernardo de não punição. Nada do proposto foi cumprido e os militares revoltosos acabaram punidos, respondem a processos na Justiça Militar e devem ser expulsos. A Aeronáutica não comentou o caso, alegando que não foi notificada.

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