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'Controle de conteúdo é absurdo', avalia Dilma

Petista reafirma necessidade da liberdade de imprensa, defende marco [br]regulatório para capital estrangeiro na mídia e diz querer unir o País

Por Flavia Tavares
Atualização:

Em entrevista a TV Bandeirantes, ontem à noite, a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) fez questão de esclarecer o que entende por controle social da mídia. Dividiu a questão em controle do conteúdo, o que classificou como "absurdo", e em marco regulatório. "Um dos pontos a ser regulado é a participação de capital estrangeiro em empresas de comunicação", declarou.A petista reiterou ainda que fará um esforço para unir o País, dividido depois das eleições, e que será rigorosa nos critérios para compor sua equipe de governo. "Não terei a menor tolerância com malfeitos." PAÍS DIVIDIDO"Durante o processo eleitoral, discutem-se projetos e, embora dessa vez tenha ido um pouco além da medida, há um acirramento das posições. Agora, o eleito tem de ser presidente para todos os brasileiros, inclusive para os que votaram na oposição. Farei todo esforço para reunir o Brasil em torno de um objetivo, que é o crescimento do País e a melhoria de vida da população."DISPUTA DE CARGOS"Até mim a briga por cargos não chegou. Não tenho evidências de que haja essa disputa. Agora, acho justo que os partidos queiram estar representados. Terei o cuidado de ter um critério de preenchimento dos cargos que vai combinar capacidade técnica com condições políticas. Ao mesmo tempo, quero deixar claríssimo para todos aqueles que integrarem o governo que eu não terei a menor tolerância com malfeitos. Quem errou não será só afastado. Se errou e foi denunciado, vamos investigar e, se for o caso, punir, seja quem for."MULHERES"Procurarei colocar o máximo de mulheres no meu governo. Quanto à violência contra a mulher, serei implacável com o cumprimento da Lei Maria da Penha. A denúncia do agressor é importantíssima. Também é importante que os órgãos da polícia e da Justiça acolham essa denúncia."CONTROLE DA MÍDIA"Temos de distinguir duas coisas: marco regulatório e controle do conteúdo da mídia. O controle social da mídia, se for de conteúdo, é um absurdo. É um acinte à liberdade de imprensa. Não compactuo com isso. Se chegar à minha mesa qualquer tentativa de coibir a imprensa no que se refere à divulgação de ideias, propostas, opiniões, tudo o que for conteúdo, é o que eu falei: o barulho da imprensa é infinitas vezes melhor do que o silêncio das ditaduras. Outra coisa é o marco regulatório. Todo país regulamenta a participação do capital estrangeiro nas suas mídias, por exemplo. Teremos de regular de alguma forma também a interação entre as mídias. Mas temos de ter muito cuidado. Temos de fazer um marco regulatório que permita adaptações ao longo do tempo. Você não pode ter um marco que desconheça a banda larga. Se você vai poder ou não fazer televisão e em que condições. Isso o Brasil vai ter de regular minimamente. Até porque tem casos em que, se não se faz isso, deixa que haja uma concorrência desproporcional entre diferentes organismos."

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