
08 Novembro 2010 | 00h00
A presidente eleita Dilma Rousseff terá lugar ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na mesa de negociações do G-20, em Seul, na Coreia do Sul, na quinta e sexta-feira. O convite oficial chegou ao Brasil na noite de quinta-feira e prevê que ela se sente à mesa do G-20 no jantar e almoço com os chefes de Estado e de governo, além de participar de todas as discussões sobre guerra cambial, no dia 12.
Dilma pode até fazer alguma intervenção oficial, se o Brasil achar conveniente. No G-20, cada país tem direito a quatro assessores na reunião. No caso do Brasil, serão cinco lugares.
A presidente eleita vai se integrar à comitiva em Seul, onde chega de avião comercial, junto com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e mais dois assessores. Todas as despesas dela e de seus assessores serão pagas pelo Planalto. Depois, retorna ao Brasil na companhia do presidente.
Havia a expectativa de que Dilma fosse antes a Moçambique, com Lula. Mas ela descartou a viagem para deixar encaminhados os trabalhos da transição entre os dois governos.
Tradição. Esta não é a primeira vez que um presidente eleito participa de uma reunião do G-20. Em dezembro de 2008, depois de vencer as eleições americanas, Barack Obama acompanhou George W. Bush no encontro que ocorreu em Washington.
No Brasil também não é novidade o presidente convidar seu sucessor para reuniões multilaterais. Em dezembro de 1994, o ex-presidente Itamar Franco levou o então presidente eleito Fernando Henrique Cardoso para acompanhá-lo à primeira Cúpula das Américas, em Miami.
Dilma e Lula, em entrevista, já condenaram a guerra cambial e defenderam uma solução global. O tema estará na pauta da discussão das plenárias que tratarão da reforma das instituições financeiras e das redes de segurança financeiras globais.
Lula deverá participar de várias reuniões bilaterais - todas na companhia de Dilma. A única já acertada é com o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Mas estão em negociação encontros com os presidentes da Coreia do Sul, África do Sul, Austrália, Reino Unido e Vietnã.
PARA ENTENDER
O que é o G20?
Grupo que reúne as 8 nações mais industrializadas e as 12 principais potências emergentes do mundo.
O que é a guerra cambial?
Termo que vem sendo usado pelo governo para destacar a reorientação dos fluxos de capitais das economias centrais para alguns emergentes, como Brasil e China. O efeito mais marcante desse movimento é a valorização excessiva das moedas.
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