O deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência, tinha desembarque previsto para a noite de ontem em Buenos Aires, a fim de participar da 16ª edição do Foro de São Paulo.Com promessas de "derrotar a contraofensiva da direita", de "aprofundar as mudanças sociais", realizadas pelos denominados governos de esquerda e progressistas, e de consolidar a integração das "Repúblicas irmãs" da região, o foro reunirá até sexta-feira integrantes de partidos de esquerda e centro-esquerda da América Latina e do Caribe, além de ONGs vinculadas a movimentos sociais, aos sem-terra e simpatizantes de guerrilhas.O Foro de São Paulo foi fundado pelo PT, em 1990, com o objetivo de debater o cenário internacional e as consequências do neoliberalismo nos países da região. Os participantes do foro avaliarão o cenário político regional com a eleição parlamentar na Venezuela em setembro e as eleições presidenciais do Brasil em outubro. "Não ceder espaço algum à direita", por intermédio da estratégia de "ampliar a unidade" das diversas forças de esquerda da região é a palavra de ordem que reúne em Buenos Aires um amplo leque de grupos políticos que vão desde o PT brasileiro, ao argentino Partido Peronista, passando pela centro-esquerdista Frente Ampla uruguaia.A crise entre Colômbia e Venezuela, gerada pela suposta presença de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) dentro de território venezuelano, é um dos assuntos principais do conclave da esquerda regional. Segundo os representantes dos partidos de esquerda, as tensões entre esses dois países caribenhos são provocadas por setores "reacionários" de Bogotá.