
06 de março de 2020 | 00h23
BELO HORIZONTE - O coordenador de uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em Uberlândia, Daniquel Oliveira, de 41 anos, foi morto nesta quinta-feira, 5, pela Polícia Militar na zona rural do município. A corporação afirma que Daniquel estava armado e que atirou em uma guarnição da PM ao ser flagrado pela patrulha fazendo ligação clandestina a partir de um poste de luz. Em nota, o MTST afirma haver uma tentativa de criminalizar o movimento, e que o coordenador não estava armado.
Segundo a PM, que não repassou o nome do militante morto dando como justificativa a Lei de Abuso de Autoridade, a guarnição fazia patrulhamento nesta madrugada em área próxima ao assentamento Fidel Castro, à qual pertencia Daniquel, quando viram três pessoas que, conforme a PM, tentavam fazer um "gato" na rede elétrica. A corporação afirma que, ao avistarem a guarnição, uma das pessoas atirou e os policiais revidaram.
Ainda segundo a PM, os policiais foram atrás dos três homens, encontraram um deles ferido e o levaram para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, onde foi constatada a morte do militante. O MTST afirma que Daniquel "foi alvejado depois de subir em um poste de uma das casas" e que o militante foi executado "covardemente com um tiro na nuca". O movimento afirma que o rapaz estava na ocupação há três anos e que era responsável pela infraestrutura do local.
Em mensagem nas redes sociais, o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, disse que Oliveira foi "executado friamente" por policiais. "Mais um caso de violência política no país". A PM em Uberlândia informou que os dois policiais da guarnição entregaram as armas e vão passar por investigação interna.
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