Coronel é preso por facilitar fuga de traficante no Rio

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Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário de Segurança Pública, Anthony Garotinho, ordenou hoje a prisão do coronel PM Jorge Duarte, ex-comandante do Batalhão de Choque e acusado pelo secretário de ser o responsável pela fuga do traficante e seqüestrador Claudio Roberto Pacheco, o Sussuquinha. Preso na unidade, Sussuquinha escapou pelo portão da frente na madrugada de quinta-feira. No mesmo dia, Garotinho exonerou Duarte e ordenou a autuação de 13 PMs por facilitação de fuga. A existência de um plano para tirar Sussuquinha da cadeia fora denunciada na segunda-feira por meio do Dique-Denúncia e a informação, repassada ao comandante-geral da PM, coronel Renato Hottz, que comunicou o então comandante do Batalhão de Choque. O telefonema anônimo citava o nome do batalhão, do traficante e chegava ao detalhe de que a fuga poderia ocorrer na própria segunda, na terça ou na quarta. ?As acusações ao comandante são com provas. Como é que um comandante de batalhão é informado de um fato dessa gravidade na segunda-feira e não toma providência nenhuma? Ao contrário, em vez de aumentar o policiamento, as informações que temos é de que ele diminuiu?, afirmou Garotinho, referindo-se ao fato de Duarte ter reduzido de três para um o número de policiais que vigiavam a cela de Sussuquinha. Ao ser perguntado se os policiais teriam recebido propina para facilitar a fuga, o secretário disse não acreditar que alguém faça isso ?por amizade?. Questionado sobre uma possível falha por parte do comando-geral da PM, Garotinho não descartou a hipótese, mas disse que não pode ?fazer acusações sem provas?. Ele afirmou que a política de segurança será mantida e enviou um recado aos subordinados. ?Quem tentar desafiar a autoridade do secretário de Segurança, quem tentar sabotar vai para a cadeia?, afirmou. O criminoso estava preso em São Paulo devido a ameaças de morte por colaborar na investigação do assassinato da diretora de Bangu 1 Sidneya Santos de Jesus, morta em setembro de 2000, crime em que estaria envolvido. Chegou ao Rio no início de maio para ser julgado em processo por homicídio do qual foi absolvido por unanimidade. Sussuquinha tem uma ficha policial extensa. Só no Rio, foi condenado, em 10 processos, a 143 anos por tráfico, seqüestro, receptação, uso de documentos falsos e associação para o tráfico. No ano passado, a polícia conseguira frustrar uma tentativa de fuga do criminoso. Durante os mais de 12 anos de vida carcerária, o traficante fugiu outras três vezes, todas no Rio de Janeiro.

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