Coronel Ubiratan é assassinado em seu apartamento nos Jardins

Ele foi o comandante da ação que resultou na morte de 111 presos no Carandiru, em 1992

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Por Agencia Estado
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O coronel da reserva da PM Ubiratan Guimarães, deputado estadual pelo PTB, foi morto com um tiro em seu apartamento na Rua José Maria Lisboa, nos Jardins. O crime ocorreu quando o deputado estava sozinho em casa, segundo o delegado-geral, Marco Antônio Desgualdo. ?Por enquanto, trata-se de homicídio de autoria desconhecida?, disse. ?As primeiras pistas não indicam envolvimento do PCC. A porta de trás do apartamento estava aberta.? Assessores do deputado, que concorria à reeleição, acreditavam em um assassinato cometido por criminosos. ?Eles conseguiram?, diziam. No sábado à noite, o deputado foi deixado em casa pelo motorista. O coronel não tinha agenda de campanha neste domingo, mas os assessores estranharam a falta de contato, já que ele costumava telefonar mesmo nos dias em que não tinha compromisso. Segundo pessoas próximas ao deputado, a última pessoa que esteve com ele foi a namorada, Carla. No fim da tarde, quando dois assessores chegaram ao apartamento de Ubiratan, encontraram o deputado caído, aparentemente com um tiro na barriga. No início da noite, o corpo apresentava rigidez cadavérica, o que indicava que a morte pode ter ocorrido havia pelo menos 12 horas. A perícia no corpo do deputado começou a ser feita por volta meia-noite. Em 2001, Ubiratan Guimarães, que comandou a ação contra a rebelião no Carandiru, onde morreram 111 presos em 1992, foi condenado a 632 anos de prisão. Em 15 de fevereiro deste ano, conseguiu absolvição no Órgão Especial do Tribunal de Justiça, alegando que houve erro no voto dos jurados. Ubiratan Guimarães estava em seu segundo mandato. Ele foi eleito com 56 mil votos, e sua volta à Assembléia Legislativa já era dada como certa, principalmente depois da onda de ataque do PCC. ?Foi uma tragédia. O PTB está de luto. O coronel Ubiratan foi um exemplo de companheiro de partido. Nele sempre falaram mais alto o caráter e a lealdade?, disse o deputado estadual Campos Machado, vice-presidente nacional do PTB. O velório do ex-coronel ocorre a portas fechadas, nesta segunda-feira, no Centro de Cavalaria 9 de Julho da PM. A morte de Guimarães não é o primeiro crime ligado ao massacre no Carandiru. O diretor do presídio na época do caso, José Ismael Pedrosa, foi assassinado em outubro de 2005, em Taubaté, no interior de São Paulo. A ação foi atribuída ao Primeiro Comando da Capital (PCC). (Colaborou Eduardo Reina) Matéria atualizada às 9h50

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