Corpos de 11 vítimas do voo 447 são identificados

Dez são brasileiros - sendo cinco mulheres e cinco homens - e há [br]um estrangeiro; a pedido das famílias, nomes não foram divulgados

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Por Angela Lacerda e RECIFE
Atualização:

Onze dos 50 corpos de vítimas do voo 447 da Air France já resgatados do mar pela Marinha e Aeronáutica foram identificados pelo Instituto de Medicina Legal (IML) no Recife. Dez são brasileiros - sendo cinco homens e cinco mulheres - e há um estrangeiro. A pedido das famílias, os nomes e a nacionalidade do passageiro estrangeiro não puderam ser divulgados. A identificação foi feita por meio das impressões digitais ou arcadas dentárias. O Airbus A330 fazia o trajeto entre o Rio e Paris quando caiu no Oceano Atlântico, na noite de 31 de maio, com 228 pessoas a bordo. As primeiras vítimas só foram localizadas seis dias após o acidente. Os corpos identificados estão sendo liberados mediante o recebimento do atestado de óbito pelas famílias ou seus representantes legais. Até a tarde de ontem, apenas um deles havia sido encaminhado à Funerária Morada da Paz para ser embalsamado. A funerária foi contratada por uma seguradora da Air France, responsável pelo traslado dos corpos aos seus locais de origem (leia no box). Os familiares dos brasileiros identificados foram comunicados individualmente, em visitas às suas residências, pelos superintendentes regionais da Polícia Federal na noite de sexta-feira e durante o sábado. A identificação da vítima estrangeira foi comunicada à embaixada do seu país pela Polícia Federal. A nota destaca que os familiares não precisarão se deslocar ao Recife. Todas as famílias das vítimas brasileiras receberão a notícia pessoalmente. Ninguém será informado por e-mail ou telefone. As famílias dos estrangeiros serão contatadas pela Interpol. Os legistas ainda aguardam a chegada dos dados de referência para identificação da maior parte dos estrangeiros. De acordo com o comunicado oficial, há até agora poucos dados disponíveis para identificá-los. Dos 50 corpos resgatados na área de buscas, a 1.450 quilômetros do Recife, 49 se encontram no IML e o último tinha chegada prevista para ontem. Como a estrutura de pré-identificação montada em Fernando de Noronha já foi desmontada, daqui para frente os trabalhos serão realizados só no Recife. Além do cadáver, o navio-tanque Almirante Gastão Motta também traz um saco de despojos e poucos destroços e bagagens. A metodologia de identificação dos corpos segue as diretrizes estabelecidas pela Interpol. São comparadas informações sobre vestes, pertences, tatuagens, características físicas, impressões digitais, alinhamento dos dentes, forma das coroas e raízes dentárias, dados sobre tratamentos odontológicos e cirurgias médicas, além de exames de DNA. Os representantes da Comissão de Identificação se reúnem periodicamente para discutir os achados específicos e aprovar ou não a identificação dos corpos. Um representante do Comitê Permanente da Interpol na área de desastres coletivos, Lynn Aspinall, e um médico legista francês, Alain Sanvoisin, acompanham os trabalhos e assinam conjuntamente as identificações realizadas. A comissão só considera identificados os casos comprovados por exame das impressões digitais, arcada dentária ou DNA - os três métodos primários de identificação existentes. Vinte e um dias depois da tragédia, a operação de buscas e resgates não localizou mais nenhum corpo. O último foi encontrado no dia 16 pela corveta Caboclo. Anteontem, a Aeronáutica informou que o avião R-99, encarregado das varreduras com radar na área do acidente, deixou de ser utilizado. "A área de concentração de destroços já está bem delineada", justificaram, em nota, a Marinha e a Aeronáutica, que coordenam a operação de buscas às vítimas e aos destroços do avião.

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