Corregedor da Polícia Civil é afastado no PR

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O corregedor da Polícia Civil para o Noroeste do Paraná, Haroldo Luiz Davison, que apurava a participação de policiais em um caso de corrupção envolvendo dois integrantes da quadrilha que seqüestrou e matou o prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), foi afastado na desta quarta-feira tarde do cargo. A direção da Polícia Civil não concordou com o fato de ele ter divulgado, pela manhã, parte do nome de seis policiais suspeitos. O delegado Idelberto Lagana continuará as investigações como corregedor da região. Davison, divulgou os nomes dos policiais conhecidos como Nilo, Rubens, Sirlei, Pinheiro, Paulino e Robson. Eles são acusados por terem recebido um carro, uma casa e dinheiro de Ivan Rodrigues da Silva, o Monstro, e Elcyd Oliveira Brito, o John, detidos e soltos no fim de janeiro em Maringá. Policiais com o mesmo nome que os divulgados pelo corregedor teriam reclamado à direção da Polícia Civil. "O que se exige é rapidez na investigação e não nas entrevistas", disse o diretor da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro. Segundo ele, as suspeitas recaem sobre seis policiais que estavam de plantão naquele dia, cujos nomes não quis confirmar. Um advogado também estaria envolvido. Há informações de que um delegado sabia do caso, mas Ribeiro afirmou que, por enquanto, "não há indícios dessa participação". Segundo o corregedor-geral da Polícia Civil, Adauto Abreu de Oliveira, a decisão de substituir Davison foi "administrativa". Oliveira esteve em São Paulo levantando informações sobre o procedimento dos policiais nesta terça-feira. "Ele deveria manter sigilo, ouvir as pessoas, representar pela prisão dos que deveriam ser presos e só aí divulgar nomes", disse. Em Maringá, Davison comentou com os jornalistas que a atitude da direção do órgão o prejudicava moralmente. Ele afirmou que estava sendo substituído apenas por "expor a verdade". Oliveira reafirmou a disposição de punir os policiais corruptos. Segundo ele, em tese, os policiais teriam cometido uma série de crimes como prevaricação contra um dos presos, seqüestro e cárcere privado contra o outro e concussão (extorsão praticada por funcionário público no exercício da função) contra a família de um dos presos. "Se não havia prisão, como o advogado vai justificar a transferência de carro, imóvel e dinheiro para sua conta?", questionou Oliveira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.