Corregedora cai após dizer que L. instigava os presos na cadeia

Liane Paulino é afastada do cargo depois do chefe da Polícia Civil ter afirmado que a menor era 'debil mental'

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Por Carlos Mendes e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

A corregedora da Polícia Civil do Pará, Liane Paulino, foi afastada nesta quinta-feira, 6, do comando do inquérito que apura a responsabilidade de delegados e investigadores da delegacia de Abaetetuba, onde L., menor de 15 anos, ficou presa por 24 dias em uma cela com 20 homens. Liane perdeu o lugar depois de afirmar a jornalistas que a menor provocava sexualmente os presos. Juíza que deixou L. presa depõe à CPI do sistema carcerário Corregedor pede que TJ afaste juíza do caso L.     SP diz ter 544 vagas ociosas na Fundação Casa e exige remoção de adolescentes  Contato ensina a jovens 'cultura das prisões'  'Não há nada que justifique menores em cadeias', diz secretário de Justiça de São Paulo   'Este ano, recebemos de 20 a 25 denúncias', conta o juiz assistente da Corregedoria-Geral Especialistas apostam na descentralização de unidades  O delegado Roberto Queiroz assumirá o inquérito, cujo prazo de conclusão termina na próxima semana. A polícia informou que a corregedora foi afastada do cargo para que seja apurada a veracidade de suas declarações. Além disso, a corregedora também teria dito que L. precisaria passar por uma avaliação de assistentes sociais e psicólogos para saber por que mentia sobre sua idade, dizendo ter 19 anos. Na semana passada, o chefe da Polícia Civil, Raimundo Benassuly, pediu demissão depois de dizer em audiência pública no Senado que a menina era "débil mental". Nesta quinta-feira, detento Ivo Costa declarou, em audiência pública à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário, que seis detentos tiveram relações sexuais com a jovem. O presidente da CPI, deputado Neucimar Fraga (PR-ES), afirmou que, após os depoimentos, a comissão poderá fazer acareações entre os envolvidos para esclarecer contradições. Além do depoimento de Ivo Costa, a CPI ouvirá outras testemunhas, entre elas a juíza Maria Clarisse de Andrade, que fez o flagrante da menor.

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