Correu, lutou, fugiu. Acabou morto

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Por Agencia Estado
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O cidadão egípcio Alaa Ahmed Hefnawi, de 34 anos, foi assassinado, no início da noite desta terça-feira, durante um suposto assalto. O crime, praticado por dois homens, aconteceu no interior do ônibus Airport Service, que transporta passageiros do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, à Praça da República, no centro de São Paulo. Baleado na perna, ele aproveitou a parada do coletivo, no Km 14 da Rodovia Ayrton Senna, e desceu com os demais passageiros, mas seus perseguidores o derrubaram no asfalto e o executaram. Fugiram levando duas mochilas da vítima. Testemunhas contam que os criminosos estavam seguindo o egípcio - que residia no Brasil -, já no aeroporto. Segundo o motorista Norival Antonio de Oliveira, o ônibus já estava saindo, quando ele chegou correndo, com as duas mochilas na mão. Como não tinha bilhete, pagou a passagem e foi possível ver que, além de reais, tinha várias notas de dólar. Estranhamente, os dois homens já haviam entrado e poderiam estar aguardando por ele. Dez minutos depois, foi ouvida uma discussão. Os criminosos exigiam que o egípcio lhes entregasse as mochilas, mas ele se negava. Dois tiros foram disparados, e um o acertou na perna. Iniciou-se um tumulto. Norival parou o coletivo e abriu a porta. Todos desceram e procuraram esconder-se de possíveis balas perdidas. Ainda tentando safar-se dos criminosos e com a perna ferida, o egípcio também saiu. Segurava fortemente as mochilas, que lhe foram arrancadas pelos dois assaltantes. Depois, derrubado, foi atingido por tiros na cabeça e nas costas. Logo em seguida, passou no sentido contrário um outro ônibus, em que viajava um policial. Ele desceu ao ver o morto, imaginando que se tratasse de atropelamento. Avisado, saiu em perseguição aos homicidas, com os quais trocou tiros, mas eles conseguiram fugir pelo matagal, à margem daquela via. Nos bolsos de Alaa havia um canhoto de saque de US$ 3 mil de uma conta pertencente a uma mulher. Este dinheiro não foi encontrado e poderia estar em alguma das mochilas. A polícia ainda não apurou se ele estava chegando de viagem. Entre seus documentos havia uma solicitação de visto permanente. O cadáver de Alaa Ahmed Hefnawi ficou durante horas em frente ao marco do Km 14 da rodovia e foi submetido a exames periciais por agentes do Setor de Investigação de Homicídios da Seccional de Guarulhos. O crime foi registrado no 1º DP daquele município.

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