A CPI dos Sanguessugas decidiu adiar os depoimentos dos petistas envolvidos na compra do dossiê contra tucanos. Seriam ouvidos nesta terça-feira: Jorge Lorenzetti, chefe do núcleo de inteligência da campanha de Lula; o empresário Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos, presos no hotel com o R$ 1,75 milhão que seria usado na negociação. A CPI aprovou o adiamento para que sejam analisados o sigilo telefônico e outros dados da investigação, recebidos da Polícia Federal na última quinta-feira e que estavam lacrados no cofre da CPI por determinação do presidente da comissão, deputado Antonio Bicaia (PT-RJ). O que pesou na decisão foi o argumento do senador Amir Lando (PMDB-RO). Ele afirmou que não há como fazer o depoimento sem conhecer o teor do material enviado. Não foi marcada nova data para os depoimentos, o que deverá acontecer nos próximos dias. Direito ao silêncio Nesta segunda-feira, o vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), já havia manifestado intenção de adiar os depoimentos. Para ele, antes de ouvir os envolvidos, é preciso analisar os dados da investigação recebidos da Polícia Federal na última quinta-feira e desde então lacrados no cofre da CPI. Ainda sobre os depoimentos, Lorenzetti e Gedimar recorreram nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de habeas corpus para evitar o risco de serem presos. O pedido foi negado, mas o ministro Carlos Ayres Brito autorizou os dois a ficarem calados, diante de perguntas que não queiram responder. Já o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), havia dito nesta terça-feira que a princípio não via motivos para adiar os depoimentos dos três envolvidos na tentativa de compra do dossiê contra políticos tucanos. Colaborou Rosa Costa