Ao contrário do que ocorreu na primeira versão no governo anterior, em 1999, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Máfia dos Fiscais, na Câmara Municipal, teve um fim melancólico e inocentou o atual governo das denúncias de corrupção na cidade, tratando os fatos denunciados como "casos isolados". O relatório final foi aprovado de forma unânime pelos setes vereadores. O vereador Dalton Silvano (PSDB), apresentou um voto aditivo e de divergência parcial, que também será encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE). A CPI foi aprovada em junho para apurar denúncias de que fiscais da Prefeitura estariam cobrando propinas de ambulantes na região central de São Paulo. Apesar da expectativa e da disputa ocorrida na época da criação da comissão, em que houve uma ampla articulação política para a comissão ser comandada por um vereador do PT, o clima durante o andamento dos trabalhos foi morno e despertou pouca atenção dos vereadores e da mídia. No relatório final, a Prefeitura é isenta das práticas de corrupção, e as denúncias de cobrança de propina por parte dos fiscais foram tratadas como casos isolados. O texto afirma ainda que as denúncias feitas no começo do ano revelaram indícios de corrupção na fiscalização do comércio ambulante, "apesar do empenho do novo governo em combatê-la e de seus avanços nesse sentido". Mesmo assim, os vereadores recomendam que a Prefeitura e o MPE aprofundem as investigações. De acordo com o presidente da CPI, vereador João Antônio (PT), a comissão "cumpriu seu papel" e detectou algumas questões, como o esquema de venda de mercadorias contrabandeadas. Ele afirmou que todos os fiscais acusados de corrupção foram afastados pela atual administração. O vereador tucano discorda dos petistas. "Em dois anos, a administração não tomou nenhuma medida efetiva para combater a corrupção dos fiscais", disse Silvano. "Eles só resolveram tomar alguma providência depois que as denúncias foram veiculadas na televisão este ano", completou.