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CPI ouve advogados acusados de ligação com crime organizado

O depoimento, que seria realizado na Câmara, foi transferido para a Superintendência da Polícia Federal, por questão de segurança, visto que os dois advogados, Nelson Roberto Vinha e Eduardo Diamante, que serão ouvidos, estavam presos em São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

Os advogados Nelson Roberto Vinha e Eduardo Diamante, acusados de ligação com o crime organizado, prestam depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas nesta quarta-feira, em reunião reservada, em Brasília. O depoimento, que seria realizado na Câmara, foi transferido para a Superintendência da Polícia Federal, por questão de segurança, visto que os dois advogados que serão ouvidos estavam presos em São Paulo. As outras duas advogadas, Libânia Catarina Fernandes e Valéria Dammous, que também deveriam depor nesta quarta, serão ouvidas somente na primeira semana de agosto, segundo informações do site da Câmera dos Deputados. Nelson Roberto Vinha foi preso no último dia 27 de junho sob acusação de entrar com seis celulares e carregadores de bateria no Centro de Detenção Provisória de Mauá, na região do Grande ABC paulista. Libânia Catarina Fernandes Costa, Eduardo Diamante e Valéria Dammous também foram presos no mês passado, acusados de dar apoio a tarefas da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), com o repasse de informações privilegiadas aos líderes da facção e atuando como pombos correios na comunicação entre presos e criminosos soltos. A CPI também deve ouvir o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) de Presidente Prudente, Márcio Kuhne Prado Júnior, de acordo com a Agência Câmara. Ele é um dos responsáveis pela denúncia feita pelo Ministério Público contra os advogados. Mais uma acusada Na terça-feira, 11, a advogada Adriana Telini Pedro, acusada de ligação com o crime organizado e associação para o tráfico de drogas foi a primeira a depor na CPI. A advogada afirmou que estaria sofrendo perseguição da polícia de Franca, onde atua, porque move processo contra o 5º Distrito Policial por tortura contra um cliente, segundo o site da Câmara dos Deputados. Adriana é acusada de orientar um detento da unidade prisional de Valparaíso a roubar seus próprios clientes que haviam acabado de receber grandes quantias de dinheiro. Conhecido como Perna, o detento é acusado de ser um dos líderes do PCC. A conversa entre os dois foi gravada em escuta telefônica. No entanto, Adriana disse ter passado informações falsas a Perna. Na versão da advogada, o diálogo serviu apenas para testar se o telefone estava realmente grampeado. Adriana teria sido alertada sobre o grampo por um investigador, cujo nome não quis revelar. Adriana foi suspensa da OAB pela regional de Ribeirão Preto por 90 dias no final de junho. O presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB, Luiz Gastão, disse, na época, que a advogada poderia até perder o direito de exercer a função no processo que corre no órgão. A suspensão preventiva, segundo Gastão, ocorreu porque ela ofendeu a dignidade advocatícia.

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