CPI pede saída de Pires, que se isenta

Para o ministro, governo fez o possível e ?acidentes acontecem?

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Por Leonencio Nossa e Eugênia Lopes
Atualização:

Deputados da base aliada e da oposição que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo pediram ontem a demissão do ministro da Defesa, Waldir Pires. Na avaliação dos parlamentares, a tragédia com o avião da TAM inviabilizou de forma definitiva a permanência do ministro no cargo. Desde o acidente com o Boeing da Gol, em 29 de setembro, a queda de Waldir Pires é dada como certa. A provável saída, porém, está deixando as Forças Armadas em alerta. Oficiais de Exército, Marinha e Aeronáutica não param de especular sobre quem será o substituto de Waldir Pires. Na bolsa de apostas dos militares, os nomes mais cotados são do ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PC do B-SP) e dos ex-deputados Paulo Delgado (PT-MG) e Antonio Feijão (PSDB-AP). Outro nome que encontra guarida junto aos oficiais das Forças Armadas é o do atual ministro do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz (PFL-BA). Já o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) não tem respaldo junto aos militares. Ele é muito identificado com o Exército - o pai e o irmão são da Força. DESABAFO À espera do anúncio do nome do substituto, Pires fez ontem o primeiro desabafo desde a tragédia e se isentou de responsabilidade. "O ministro da Defesa não é o administrador do tráfego aéreo e do transporte aéreo. Não é, não deve ser nem tem competência para isso." Pires afirmou que, desde a queda do avião da Gol, o governo tomou todas as medidas que eram necessárias para garantir a segurança nos aeroportos - e culpou a imprevisibilidade. "Acidentes ocorrem em todas as partes do mundo, em todas as cidades e até nas nossas casas", disse. "O governo está preocupadíssimo e tentando buscar solução."

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