Cresce em 13,3% número de mortes em BRs no fim do ano

Em relação com Natal e ano novo de 2007, houve 7,8% mais acidentes e 6,6% mais feridos nas estradas

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Por Elvis Pereira
Atualização:

Aumentou a violência nos 61 mil quilômetros de estradas federais do Brasil nos feriados prolongados de Natal e ano novo. Entre o último dia 20 e domingo, 4, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 7.140 acidentes, com 4.795 feridos. Os números superam em 7,84% e 6,63%, respectivamente, os dados verificados em igual período entre o fim de dezembro de 2007 e início de janeiro de 2008. O total de mortos cresceu 13,3%, passando de 384 para 435. "Não há o que comemorar, foi um fim de ano marcado por mortes, imprudência e excessos nas estradas", lamentou o inspetor Alexandre Castilho, porta-voz do órgão. Veja também: Estradas em São Paulo registram menos mortes no réveillon Rio e Distrito Federal têm menos acidentes no réveillon Minas Gerais respondeu pelo maior número de acidentes, 1.411, e de mortes, 89. Até mesmo o índice de letalidade das ocorrências, que vinha caindo ao longo de 2008, aumentou nas últimas semanas. Um acidente em cada 1,5 provocou feridos; um em cada 16 causou morte imediata. Segundo os dados da PRF, chama a atenção a quantidade de veículos lotados envolvidos em desastres graves. Ônibus e automóveis, muitas vezes com mais passageiros que o permitido, estiveram no centro de várias tragédias. Segundo a PRF, no Rio Grande do Sul, pai, mãe e quatro filhos morreram na BR-386 após o Escort em que estavam invadir a contramão e bater de frente com um caminhão. Em Minas, na BR-116, uma ônibus da Viação Itapemirim despencou de uma ribanceira, em Além Paraíba, matando 12 pessoas. No Maranhão, um ônibus da Satélite Norte caiu num barranco e provocou 10 mortes. Na Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), um dos corredores viários mais movimentados do Brasil, um Santana, com placa do Paraná, capotou em 25 de dezembro enquanto transportava dez pessoas. Os seis adultos e quatro crianças foram encaminhados ao município de Barra do Turvo (SP) para atendimento de emergência. Os números impressionaram ainda mais porque a PRF colocou de prontidão todo seu efetivo de mais de 9 mil patrulheiros e a fiscalização foi muito dura na aplicação da lei seca, em vigor desde junho, que proíbe o consumo de álcool por motoristas em qualquer quantidade. As multas aplicadas por embriaguez aumentaram 166%, para 1.043. Flagrados no bafômetro, 650 motoristas acabaram presos. Segundo a PRF, a maioria dos autos de infração diz respeito a excesso de velocidade e a maior parte dos acidentes foi causada em ultrapassagens perigosas. O grande número de motoristas inexperientes nas estradas é uma das preocupações das autoridades e deve nortear futuras mudanças na legislação de trânsito. As infrações por excesso de velocidade subiram 26,4%, para 99.435. A maioria, 80%, ocorreu nas regiões Sul e Sudeste. Entre as causas do balanço negativo, a PRF destacou as chuvas que atingiram o Sul e Sudeste e quantidade de veículos com passageiros além do permitido envolvidos em desastres. (Com Vannildo Mendes, de O Estado de S.Paulo) Texto atualizado às 17h18 para acréscimo de informações

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