Crianças com deficiência ficam sem transporte

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Por Marici Capitelli
Atualização:

Por falta de transporte escolar adequado, o ano letivo está ameaçado para 40 crianças com deficiências físicas e neurológicas que foram transferidas da escola da Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD) para a rede estadual. Na segunda-feira, quando começam as aulas, esses alunos ficarão em casa. Embora as crianças fossem transportadas há vários anos pelo Atende - serviço da Prefeitura para pessoas com dificuldades de locomoção -, elas perderam esse direito por causa da mudança de itinerário, após terem sido transferidas de escola. Com isso, foram para a fila de espera da Prefeitura e, segundo os pais, não há prazo para voltar a atendê-las. A AACD propôs aos pais uma van para levar as crianças, mas sem a presença de acompanhantes. As mães não aceitaram. "É algo absurdo", disse Marta Gonçalves, mãe de um dos alunos prejudicados. O superintendente operacional da AACD, Luiz Liporani, disse que cada van transporta, no máximo, oito crianças e, por isso, não será possível que as mães as acompanhem. "O que podemos permitir é que uma delas acompanhe e que se faça um revezamento." A fisioterapeuta Graziela Borba, especialista em neurologia, disse que a presença da mãe é fundamental. "No caso de uma crise (das crianças), quem vai se responsabilizar?" Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), nos casos de alteração de rota, o atendimento "está sujeito à disponibilidade de vagas para os novos horários e destinos, sem qualquer garantia de pronto atendimento". A SPTrans negou que haja fila de espera e informou que até junho outros 40 carros serão acrescidos à frota de 270 já existentes.

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