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Crime de Santa Teresa foi premeditado, diz delegado

Por Agencia Estado
Atualização:

Os depoimentos do ex-marido da fonoaudióloga Márcia Maria Coelho Lira, Luiz Paulo Lira, e o do filho do casal, de 15 anos, derrubaram as versões dos suspeitos do assassinato, Marcelo Melo Gonçalves dos Santos e o pedreiro Alan Marques da Silva. Márcia foi morta a facadas e sua filha A.P, de 13 anos, ferida, no dia 26, quando três homens invadiram a casa da família, em Santa Teresa, no Rio. Ambas foram estupradas. Marques trabalhava para a fonoaudióloga. De acordo com informações dadas ao delegado Paulo Passos, Marques não apenas forneceu informações sobre os hábitos da família como planejou o crime e pode ter cometido os estupros e assassinato. "O filho contou que Alan gritava ´é o Comando Vermelho´ pela casa, e dizia ter matado mais de seis. Em nenhum momento Alan demonstrou estar ameaçado, como ele tem dito. Ele esfaqueou A.P. porque quis, não porque foi obrigado´", afirmou Passos se referindo ao depoimento do filho. O delegado tem indícios de que Marques levou Gonçalves à casa da fonoaudióloga antes do crime. O pedreiro foi indiciado por latrocínio (assalto seguido de morte) e tentativa de latrocínio. A pena pode chegar a 50 anos. Gonçalves foi encontrado enforcado na cela que ocupava na Polinter. A polícia acredita em suicídio. Há um terceiro criminoso desaparecido. Em determinado momento do crime, Gonçalves perguntou pelas facas tipo Rambo, que tinham na casa. Diante da negativa do filho, ele insistiu: "Eu vi as armas quando estive aqui", teria dito. "Isso demonstra que o crime estava sendo premeditado, que o Marcelo Gonçalves conhecia a casa antes do assalto", disse o delegado. Para ele, os criminosos pretendiam apenas roubar a família. "A situação saiu de controle, seja pelo uso de drogas, seja pelo de bebidas. Acredito que eles fossem matar a todos se não fosse a chegada da polícia porque Alan já tinha sido reconhecido", afirmou Passos. A família pensa em se mudar depois que o caso estiver solucionado. "A menina não será ouvida aqui (na delegacia). Vamos aguardar que ela tenha condições de falar sobre tudo o que aconteceu.", disse Passos. O Estado pagou R$ 250 pelo enterro de Gonçalves, encontrado enforcado na prisão na segunda-feira. O secretário de Estado de Segurança Pública, coronel Josias Quintal, disse que o governo vai arcar com os custos porque o preso "era responsabilidade do Estado". Segundo o secretário, "independentemente do resultado do laudo que comprovará ou não a hipótese de suicídio, o Estado tem o dever de pagar porque, no momento da morte, Marcelo estava sob a custódia do poder público." O terceiro integrante do bando que matou a fonoaudióloga cujo retrato falado já foi divulgado pela polícia, continua sendo procurado.

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