O ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) disse hoje que o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, "não pode deixar de ter conotação política, pelo menos presumível". "Outro dia foi o de Campinas, agora o de Santo André", acrescentou, lembrando o assassinato de Toninho do PT, outro prefeito do partido. O líder político baiano quer que o problema seja tratado sem conotação ideológica ou partidária, pois segundo ele, o quadro de insegurança é grave, principalmente em São Paulo. "Se crime político ou não, foi um crime bárbaro que deve ser esclarecido". Magalhães aproveitou para acusar o governo federal de divulgar "falsas estatísticas" para passar uma imagem deturpada de que o problema da falta de segurança está sendo combatido. "Estamos chegando a um nível insuportável", afirmou. A morte de Daniel causou uma forte comoção entre os militantes e principais lideranças do partido na Bahia. O secretário geral do PT e líder da bancada de vereadores de Salvador, Emiliano José, estranhou o fato de "estas coisas estarem acontecendo com regularidade", ao lembrar a morte do prefeito de Campinas. "Não podemos antecipar a causa, pois temos de examinar todos os elementos que cercaram a morte", disse. "Mas fica o questionamento: por que são escolhidos os nossos prefeitos? Será que é mesmo só banditismo?". José lamentou ainda o fato de Daniel ter sido um "dos melhores quadros do PT" e um dos coordenadores do programa de campanha de Lula. "É uma morte dramaticamente simbólica". O líder petista lembrou que na Bahia, recentemente, um crime político envolvendo Natur de Assis Filho, do PV, resultou na libertação dos assassinos.