Crise aérea não vai ser resolvida instantaneamente, diz Pires

Ministro dá indícios de que governo estuda a desmilitarizarização do setor

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Por Agencia Estado
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O ministro da Defesa, Waldir Pires, disse, na tarde desta sexta-feira, 30, que o governo não deve "demorar muito tempo, no máximo 10, 15 dias", para revelar um "estudo mais completo" sobre a crise aérea brasileira. "Não podemos dar uma posição em 24 horas, nada de resolve instantaneamente", frisou. Em entrevista coletiva em Brasília, após os controladores de vôo de Manaus (AM), Curitiba (PR) e Brasília iniciaram uma operação-padrão e greves de fome contra os problemas que enfrentam no trabalho, Pires deu sinais que o governo pode desmilitar o tráfego aéreo. Ele pediu que os controladores militares cumpram as ordens "enquanto sejam controladores militares, estejam atentos às suas responsabilidades. Segundo ele, o governo estuda medidas jurídicas para o caso de eles persistirem na mobilização por uma greve que paralisaria o tráfego aéreo no País. Estudo "As soluções institucionais não são simples e devem estar atentas às necessidades de toda a população", disse Pires. "Nós ouvimos diversas áreas do Governo, mas não é instantaneamente que vamos resolver isso (a crise). É preciso ouvir cada um dos setores que compõem o sistema do tráfego aéreo", acrescentou, explicando que "é preciso metodologia para estudar os diagnósticos". Com a operação-padrão, os controladores passam a seguir as normas internacionais, que determinam que cada operador deve controlar, no máximo, 14 aeronaves simultaneamente; com isso, o intervalo entre os pousos e decolagens aumenta, podendo haver atrasos e cancelamentos de vôos. Segundo o ministro, o governo vai fazer o possível, levando em conta "o compromisso essencial do Estado Democrático com o seu cidadão", para providenciar o mais rápido possível "os equipamentos, as máquinas, a infra-estrutura e as medidas de recursos humanos" para solucionar o problema. "As medidas estão sendo estudadas. São mudanças institucionais, administrativas. Precisamos de um projeto de lei. O governo tem dedicado um bom tempo a esses estudos". "A situação requer estudo, elaboração, definições. Não há limites para o governo", garantiu, fazendo questão de dizer que respeita os controladores militares, civis e todas as instituições do País. "O Estado democrático tem grande responsabilidade com as famílias brasileiras, com o povo brasileiro. Por isso é que lutei, por isso e luto e vou lutar até o fim". E pediu: "Confiem no País, confiem na democracia e cada um construirá seu destino segundo a sua vontade."

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