Crítica de controladores sobre acidente é política, diz Jobim

Para ministro, Zuanazzi deve deixar a Anac assim que os três novos integrantes do órgão tomem posse

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, rebateu nesta quinta-feira, 4, em entrevista concedida ao programa de rádio 'Bom Dia, Ministro', as críticas dos diretores da Federação Internacional dos Controladores de Tráfego Aéreo. Num seminário realizado nos Estados Unidos, a entidade disse que "é uma questão de tempo para que um novo desastre de avião volte a acontecer no Brasil" e que as autoridades brasileiras estão empenhadas em punir os controladores em vez de tomar providências para evitar novos acidentes, como o do Boeing da Gol.    'Novo acidente aéreo no Brasil é questão de tempo', diz Ifatca   De acordo com Jobim, os controladores estão fazendo uma manifestação política, com o objetivo de criar um ambiente para resolver questões salariais. "Quero deixar bem claro que isso faz parte do jogo corporativo, ou seja, é um jogo político em relação ao apoio aos controladores, aquele conflito que houve, que agora está sossegado aqui no Brasil. Então, nós não podemos atribuir, digamos, isenção alguma a esse tipo de manifestação", disse.   Com relação à crise no setor aéreo do País, o ministro disse que o governo não estava preparado para o aumento no número de passageiros, provocado pela redução no preço das passagens aéreas. "Não havia efetivamente - e isso nós temos aqui que fazer o mea-culpa - um planejamento para atender a essa perspectiva de demanda. Ninguém esperava essa demanda. Então, realmente a Infraero e a própria Anac, no caso específico a Infraero, não atendeu, ou seja, não teve uma perspectiva de previsibilidade quanto à necessidade da infra-estrutura aeroportuária".   O ministro declarou ainda que a principal preocupação do governo é em relação à segurança. Segundo ele, embora o sistema seja seguro, não há ainda essa percepção entre os passageiros. Sobre a Anac, Jobim afirmou que espera que o presidente Milton Zuanazzi deixe o cargo tão logo os três novos integrantes do órgão tomarem posse. Assim, ele poderia substitui-lo pela economista Solange Vieira, que já foi indicada para o cargo.   "Minhas relações com o Milton Zuanazzi são boas, não somos amigos, mas temos relações institucionais importantes. E essas relações institucionais se realizam sem problema nenhum. A minha expectativa é de que, no momento em que tivermos os três designados, o doutor Milton possa se afastar e aí eu poderei indicar a doutora Solange".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.