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Cumbica reabre após ficar fechado quase três horas

Equipamento que orienta pilotos durante nevoeiros não funcionou, e aeroporto teve que fechar as pistas durante horas. Waldir Pires quer punir culpados

Por Agencia Estado
Atualização:

Após três dias consecutivos de problemas e depois de ficar fechado desde as 5h25 desta segunda-feira, 26, até as 7h40, o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, voltou a receber pousos e decolagens de aeronaves - suspensos durante a manhã devido ao forte nevoeiro que cobriu a região. Esse foi o terceiro dia consecutivo em que o aeroporto é obrigado a fechar por causa de problemas em um equipamento que possibilita as chamadas operações por instrumentos. Dez vôos foram desviados nesta manhã. Quatro deles foram para o Galeão, no Rio, e seis deles para Viracopos, em Campinas. No Rio, o Aeroporto Tom Jobim (Galeão), na Ilha do Governador, 12 vôos que deveriam partir e chegar de São Paulo, estariam atrasados. Quatro eram partidas e oito chegadas. Já os vôos que chegariam de Fortaleza, Natal, São Paulo, Belém, Recife,Porto Seguro e Buenos Aires, não teriam pousado no horário. Alguns deles teriam mais de uma hora de atraso. No Aeroporto Santos Dumont, no Centro, a situação é tranqüila e não houve registro de atrasos nesta manhã. Ultimato na aviação O ministro da Defesa, Waldir Pires, mandou no domingo, 25, a Infraero investigar as causas dos problemas no equipamento de auxílio de pousos de avião que resultaram no fechamento do aeroporto por várias horas. Em conversa com o presidente da estatal, brigadeiro José Carlos Pereira, o ministro recomendou a punição dos responsáveis pelas falhas no sistema. As penalidades vão da advertência à demissão "exemplar". O presidente da Infraero entregará nesta segunda-feira, às 10 horas, um relatório preliminar ao ministro sobre a paralisação do aeroporto. O relatório levou em conta informações levantadas neste domingo mesmo por técnicos enviados a Guarulhos. Já a sindicância pedida por Waldir Pires, que vai ouvir funcionários das áreas de operação e manutenção do sistema, deverá ser concluída em três dias. "O ministro pediu uma investigação rápida e rigorosa", relatou o brigadeiro José Carlos Pereira. "A investigação será feita com rapidez, mas com muito cuidado para não cometermos injustiça." A assessoria do ministro divulgou no início da tarde do domingo uma carta enviada à Infraero para cobrar punição dos responsáveis pelo caos no aeroporto. No documento, Waldir Pires diz ter sido informado pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) que, se o equipamento estivesse em uso, não teria ocorrido a suspensão dos pousos em Guarulhos de 2 horas às 8h30 de sábado. A paralisação atrasou 102 vôos, segundo assessores da Defesa. "Os responsáveis, identificados, deverão ser afastados e submetidos ao processo administrativo", determinou o ministro, que está fragilizado no cargo. Cumbica fechou por cinco horas e meia no sábado e três horas no domingo em decorrência de um problema no sistema de auxílio de pousos chamado ILS, de categoria 2 (as categorias vão de 1 a 3 e levam em conta a visibilidade). O equipamento de Cumbica foi danificado há dez dias por um raio e, mesmo depois de ser recuperado, não voltou a entrar em funcionamento. A entrada em operação do sistema dependia de um teste com um avião da Força Aérea Brasileira.

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