Cúmplice do assassinato de Toninho do PT dá sua versão do crime

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O prefeito de Campinas Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, morreu porque dirigia devagar e atrapalhava a fuga do bando do seqüestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho. A revelação foi feita nesta quinta-feira pelo braço direito do criminoso, Cristiano Nascimento Farias, o Cris, preso quarta-feira pela polícia. Ele prestou depoimento ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) - responsável pela investigação - e garantiu que Andinho estava no carro com os bandidos que mataram o prefeito. Andinho deverá ser indiciado pelo homicídio do prefeito nos próximos dias. "O caso está esclarecido", afirmou o delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, do DHPP, que preside a apuração. Os detalhes do depoimento de Cris foram revelados pelo advogado da família de Toninho, Ralf Tortima Stettinger. O braço direito de Andinho - que está preso na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, presídio de segurança máxima - teria decidido entregar o parceiro após ver nos jornais que ele era considerado suspeito do crime. "O Cris se exclui do crime", disse o advogado. De acordo com o depoimento, Andinho, Valmir Conti, o Valmirzinho, Anderson José Bastos, o Anzo, e Valdeci de Souza Moura, o Fiinho, estavam num Vectra cinza, na noite do dia 10 de setembro, em Campinas, após uma tentativa frustrada de seqüestrar uma vítima que estava num outro Vectra, de cor verde. Os últimos três morreram em confronto com a polícia. Com o carro amassado após terem batido e ainda atirado no veículo da vítima, o bando fugiu em alta velocidade. No caminho dos bandidos estava o Palio do prefeito - que acabara de sair de um shopping center - e andava devagar. Segundo Cris, Anzo se precipitou e fez dois disparos em direção ao veículo de Toninho. O delegado do DHPP qualificou o depoimento de Cris como "muito esclarecedor e importante". Andinho torna-se então o único bandido que participou da morte do prefeito que está vivo. Valmirzinho e Anzo foram mortos por policiais de Campinas ao lado de dois outros seqüestradores em outubro de 2001 em Caraguatatuba, no litoral norte. Fiinho morreu em tiroteio com a polícia, durante a prisão de Andinho, em 26 de fevereiro, no interior de São Paulo. O delegado do DHPP não quis dar mais detalhes sobre o depoimento de Cris porque o inquérito corre em sigilo por ordem da Justiça de Campinas. Uma acareacão entre os dois bandidos deverá ser feita nos próximos dias. Cris teria dito que está disposto a ficar frente a frente com o líder do bando. O DHPP está preparando a reconstituição da morte do prefeito de Campinas, uma das últimas diligências necessárias para a conclusão oficial do inquérito. Apesar do depoimento de Cris, a polícia já havia conseguido uma prova material de que o bando de Andinho - que nega participação no crime - matou Toninho do PT. A arma usada para matar o prefeito de Campinas, uma pistola calibre 9 mm, foi utilizada pelo bando em outro sequëstro, de um menino de 9 anos. A pistola calibre 45, utilizada pelos criminosos para atingir o carro da vítima que tentaram seqüestrar antes da morte do prefeito, também foi usada no seqüestro do garoto. Quando foi preso, Andinho, sem saber dos exames de balística que confirmaram o uso das pistolas, confessou ao DHPP que sua quadrilha tinha feito o sequëstro do menino de 9 anos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.