
20 de maio de 2010 | 00h00
A presença do presidente Lula nos palanques estaduais, tema exaustivamente debatido nos bastidores, não será colocada na mesa de negociações se depender da direção do PT. O argumento é óbvio: a candidata será Dilma e é somente a presença dela nos palanques que pode ser reivindicada pelo parceiro PMDB.
Para os candidatos peemedebistas nos Estados, no entanto, a presença de Dilma num palanque, sem Lula, é inócua. Os políticos estão interessados nos dividendos políticos que poderão obter com a alta popularidade de Lula.
O argumento petista apresentado ao PMDB é que, como presidente e militante do partido, Lula tem total liberdade para avaliar onde e quando sua presença será necessária. Os petistas mais próximos a Lula apostam, por exemplo, que ele pisará no palanque de Jaques Wagner, que disputa a reeleição na Bahia, mas dificilmente se empenhará com o mesmo ardor na campanha do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). Também pode prestigiar o palanque de Tarso Genro (PT) no Rio Grande do Sul.
O comando da pré-campanha de Dilma aproveita a maré política favorável para explicitar cobranças ao PMDB. A prioridade é convencer o PMDB do Paraná a abrir mão da candidatura própria e fechar uma aliança com Osmar Dias (PDT), possibilidade ainda remota. Para que isso ocorra, Orlando Pessuti, que assumiu o governo, teria que desistir da disputa.
A outra exigência do PT é para que a direção do PMDB minimize os apoios de Orestes Quércia (SP) e Jarbas Vasconcelos (PE) ao tucano José Serra. A forte regionalização do PMDB torna quase impraticável controlar os dissidentes. É por isso que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em acordo com Temer e o PT, enviou consulta ao TSE para saber se um determinado candidato pode fazer campanha ao candidato à Presidência que não integra a coligação nacional de seu partido. Como a direção do PMDB, ao contrário do PT, não tem força política para controlar acordos estaduais, a aposta é que Justiça Eleitoral exerça alguma pressão.
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