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CUT e Sintraf protestam contra despejo de famílias

Por Agencia Estado
Atualização:

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Tupi Paulista e Região (Sintraf) fazem, a partir das 14 horas, ato público contra o despejo de 140 famílias da Fazenda Santo Antônio, localizada na cidade de Paulicéia. O movimento ocorrerá no barracão de reuniões do assentamento Boa Esperança, dentro da fazenda, e reunirá, segundo os organizadores, lideranças políticas, partidárias e da CUT. A autorização do despejo foi deliberada em sentença, no dia 9 de janeiro, pelo juiz titular do Foro Distrital de Panorama, Moisés Alves Coutinho, em ação movida pela fazendeira, Maria Rita Salmeron Cezar Rezek. Termina hoje o prazo para as famílias desocuparem a área. A batalha judicial começou em 1995, quando o governo federal, por meio de decreto, decidiu desapropriar a Fazenda, passando a ser área do Incra. A proprietária moveu ação na 21ª Vara da Justiça Federal em São Paulo e conseguiu barrar o processo de desapropriação. Indignados, os trabalhadores rurais ocuparam a fazenda e construíram o assentamento. As famílias lutam pela conquista das terras desde 1993. Hoje, na fazenda há casas de alvenaria e os trabalhadores produzem cerca de 1,2 mil litros de leite por dia, 15 mil sacos de milho/ano, 50 mil arrobas de algodão/ano e seis mil sacos de milho/ano, entre outros produtos de subsistência, de acordo com os moradores. "O trabalho dessas famílias tem contribuído para o desenvolvimento econômico e social do município de Paulicéia e região. É um ato covarde, desumano e injusto despejar essas famílias, que estão lutando dignamente para sobreviver", desabafa o presidente do Sintraf, José Luiz das Chagas. A Fazenda Santo Antônio possui 2,9 mil hectares de terras. Depois de negociações, os herdeiros da fazendeira venderam sua parte para o Incra. No entanto, essa parte não é suficiente para abrigar as 140 famílias.

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