Da ráfia ao saco de limão, o banquete da feira livre

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Por Lilian Pacce
Atualização:

Tenho pensado muito sobre o que é mais importante num desfile. A emoção? A roupa? A beleza? Claro que sei que o importante é esse conjunto e outras cositas mais. Mas alguns desfiles conseguem realmente se destacar, reunindo qualidade em todos os quesitos. Vou citar dois deste segundo dia da SPFW: Maria Bonita e Alexandre Herchcovitch. Danielle Jensen fez um banquete com a feira livre que inspira sua coleção: as cores do chuchu e da berinjela, as roupas tramadas de ráfia e linho imitando o náilon das sacolas de feira; as sacolas tramadas na própria peça, os joggings de tela de saquinho de limão. Já Herchcovitch olhou primeiro para o que chama de esportes coletivos. Mas esses esportes ganham outros rumos conforme ele cria, modela, pinta. Nas peças de látex, ganham ares tribais com suas pinturas; nas peças de cetim duchese, ares de jóquei com suas cores fortes em patchwork. Mas é no exagero que Herchcovitch acerta mesmo a mão, ao criar crinolinas e gaiolas que dão sustentação e poesia a vestidos e jaquetas. Ah, vale lembrar também os vestidos de construção dupla que, graças ao abrir e fechar de zíperes, se transformam em vários modelos.

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