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Dados de 2003 norteiam ação da Defesa Civil

Se chover 60 mm por 3 dias consecutivos, 562 pontos de risco, onde moram 5.500 famílias, serão isolados

Por Eduardo Reina
Atualização:

A Defesa Civil de São Paulo tem plano para retirar moradores em áreas de alto risco de desabamento quando chover 60 milímetros por três dias consecutivos numa mesma região da cidade. É o alerta máximo e será colocado em prática o plano emergencial de evacuação. O mapa de riscos com área sujeitas a enchentes ou desabamentos em períodos de chuvas na capital, no entanto, é de cinco anos atrás. Pelo levantamento feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), cerca de 5.500 famílias moram em 562 pontos de risco em encostas e margens de córregos. Desse total, 315 pontos são considerados de muito alto e alto riscos. Nas áreas mais perigosas há aproximadamente 11.500 moradias, onde habitam cerca de 57.500 pessoas. Um outro número, da Pesquisa Municipal Unificada da Fundação Seade - Sistema Estadual de Análise de Dados -, também de 2003, aponta a existência de 522 locais. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE), o município tem situação crítica de alagamento nas regiões do Pirajuçara, Aricanduva, Butantã e Água Fria. Já as regiões mais críticas de deslizamento são Capela do Socorro, M?Boi Mirim, Campo Limpo, Freguesia do Ó, Cidade Ademar e Perus. "A Prefeitura prefere atuar na causa e eliminar os riscos do que remover os moradores, que muitas vezes voltam para a área sob a justificativa de que não têm para onde ir. Trabalhamos na contenção de encostas e de margens de rios e córregos, o que permite aos moradores permanecerem no local onde escolheram para viver", afirmou Marcel Sanches, coordenador de áreas de riscos da Secretaria das Subprefeituras. Duas das obras em andamento estão em fase de conclusão, segundo a Prefeitura. Em Ermelino Matarazzo, na Favela Mungo Parque, onde moram 200 famílias, e na Vila Prudente, Parque Santa Madalena 2, onde estão 300 famílias. Já na área da Subprefeitura Freguesia do Ó/Brasilândia, na Rua Ouro Velho, em que 250 famílias vivem em área de risco, o projeto está pronto e as obras deverão ter início em 2009. Uma análise da questão geográfica, feita pela Empresa Paulista de Planejamento S/A (Emplasa), em 2005, mostra que o uso e a ocupação do solo na Região Metropolitana contavam com 60 quilômetros quadrados de favelas, com parte em áreas de riscos. Essa ocupação é reflexo da expansão da mancha urbana em áreas até então não adensadas. A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras estima que metade dos 562 pontos de risco foi eliminada nos últimos quatro anos e que a administração municipal investiu R$ 28,5 milhões em intervenções. Foram 57 obras até 31 de outubro, de um total de 108 previstas. A população beneficiada, de acordo com a secretaria, é de 6.200 famílias. "Já atuamos em 70% de todas as áreas de risco", disse Sanches. Para o vereador Paulo Fiorillo (PT), que faz acompanhamento dos investimentos da Prefeitura em obras e serviços nas chamadas áreas de risco geológico, o orçamento é alto, mas acaba sendo usada apenas metade das verbas em ações para diminuir o problema. O sistema de execução orçamentária da administração da cidade mostra que nesse ano foram orçados R$ 29,1 milhões para o setor, mas até agora tinham sido pagos R$ 18,6 milhões, cerca de 66%. No início de novembro, quando começa o período de chuvas, o prefeito Gilberto Kassab criou o Plano Preventivo de Defesa Civil - Chuvas 2008/2009, para minimizar os riscos.

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