Daniela Mercury arrasta multidão no fechamento do carnaval em SP

Cantora baiana se apresenta na rua da Consolação, no centro da capital paulista

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Por Isabela Palhares
Atualização:

SÃO PAULO - A cantora Daniela Mercury arrasta uma multidão na rua da Consolação, no centro da capital paulista, neste domingo, 10. O bloco Pipoca da Rainha tradicionalmente encerra a folia no pós-carnaval de São Paulo e levou, segundo os organizadores, 800 mil foliões ao centro de São Paulo. A cantora se apresenta desde às 14h.

E Daniela iniciou a apresentação em tom político. "Está proibido o carnaval neste país tropical", cantava enquanto o público gritava "Ele não", em crítica ao presidente Jair Bolsonaro. Ela também elogiou o carnaval de rua na capital. "Eu ja morei em São Paulo, meu sonho era ver essas ruas coloridas. Hoje eu vejo",disse.

Daniela Mercury se apresenta com o Pipoca da Rainha na rua da Consolação, centro de SP Foto: WERTHER SANTANA / ESTADAO

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Saal Alves, de 24 anos, estava com um paletó com notas de dinheiro saindo de todos os bolsos. "Sou o presidente corrupto. Ao contrário do que dizem, o carnaval não é só baderna. É sobretudo uma manifestação cultural e política", disse.

Em todo o bloco, saias e bandeiras do orgulho LGBT e acessórios que celebram a cultura negra estavam presentes. A cantora baiana também exaltou e chamou negros e nordestinos para a folia.

Daniela Mercury se apresenta desde às 14h no centro de SP Foto: Werther Santana / Estadão

Foliões do Norte ao Sul do Brasil acompanham o último dia de folia na capital paulista. A paranaense Priscila Hemmel, de 38 anos, disse que acompanhou todo o carnaval na cidade, mas guardou energia para o último dia. "Essa festa é uma vez ao ano, não da para perder. E o bloco está ótimo, agitado, mas sem muvuca." Do Acre, Larissa Paes, de 23 anos, também não quis perder o último dia de carnaval. "A Daniela representa a nossa luta, a luta da resistência. Não é só festa, estar aqui é também um ato político", disse a estudante.

Pela segunda vez Daniela canta a música que compôs com Caetano Veloso. "Abre a porta desse armário que não tem censura", diz a música. Enquanto ela cantava, dançarinos homens vestiam mantos azuis e rosas, em referência à fala da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. 

O youtuber Dario Pato, 34 anos, que estava vestido com uma camiseta do homem-aranha e uma tiara de Coelho, disse que não esperava curtir o pós Carnaval, mas os amigos o levaram para o bloco da Pipoca. "Usei todas as minhas fantasias no Carnaval e não tinha mais nada para usar, mas não quis perder o último dia. Vim com o que tinha." A biomédica Camila Santana, de 34 anos, disse que estava curtindo muito o bloco, mas lamentou a faltadebanheiros químicos. "Uma amiga minha quase não aguentou segurar. Deveria ter mais banheiros em uma festa tão grande", disse.

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Por volta das 19h, começou a chover na região. Mas nem isso desanimou os foliões que querem curtir o pós carnaval até o último minuto. Mesmo debaixo de chuva, Daniela continou no trio até as 20h mantendo o Carnaval com músicas de axé. O estoquista Leonardo Bezerra, de 27 anos, disse que o pós carnaval deste ano mostra que São Paulo vai desbancar os grandes Centros da folia nos próximos anos. O engenheiro Leonardo Guimarães, de 37 anos, elogiou a organização da festa."Já passei o Carnaval em Recife eem Salvador. São Paulo ganha pela infraestrutura", disse. 

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