'Dano humano' em Brumadinho será maior que Mariana, diz presidente da Vale

Em pronunciamento, Fabio Schvartsman diz que havia cerca de 300 profissionais da mineradora no local quando barragem cedeu

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Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

RIO – Cerca de 300 empregados da Vale estavam na prédio administrativo e no restaurante da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, quando a barragem de resíduos do empreendimento se rompeu, informou o presidente da mineradora, Fabio Schvartsman. Quando assumiu, em 2017,  seu lema era "Mariana nunca mais", em referência a outro grande desastre ocorrido em novembro de 2015. "Dessa vez o dano ambiental será muito menor que em Mariana, mas o humano será maior", disse Schvartsman, recém-chegado de Davos, na Suíça.

Bombeiros buscam vítimas após rompimento de lama Foto: Washington Alves/Reuters

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Dos 300 funcionários, cerca de 100 já foram localizados com vida, e os outros 200 continuam sendo procurados pelo Corpo de Bombeiros mineiro. "Os mais afetados serão os nossos funcionários", lamentou, lembrando que a barragem fica em uma zona rural, com baixa densidade populacional.

O Complexo de Paraopeba, onde estava localizada a barragem, conta com quatro minas e uma jazida e duas usinas de beneficiamento. O complexo produziu cerca de 7% do volume total produzido pela Vale em 2017, ou 26 milhões de toneladas de minério, segundo informações do site da empresa. Visivelmente abatido, se dizendo "arrasado" com a tragédia, o executivo informou que a barragem que se rompeu, Barragem 1, estava inativa e em processo de desativação.

O ativo também tinha laudo de uma auditoria realizada no ano passado que não detectou nenhum problema que pudesse indicar a possibilidade de rompimento. "O último relatório da auditoria foi feito em 26 de setembro de 2018", informou, referindo-se à auditoria feita pela empresa alemã Tuv Sud.

A barragem tinha 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos da produção de minério de ferro, na maioria terra, segundo o executivo. A produção da Vale não será afetada porque a barragem estava desativada e já não atendia o Complexo de Paraopeba. Uma segunda barragem no local também teria vazado, segundo Schvartsman, mas não provocou danos como a primeira, por ter um material mais seco estocado em sua estrutura.

O executivo não soube informar o motivo do rompimento, que ainda está sendo apurado, mas disse que a Vale vai fazer de tudo para minimizar os danos causados, atendendo as vítimas e seus familiares. Segundo ele, desde Mariana a empresa adotou ações para evitar acidentes como este.

 

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