De globais a músicos, grupo recebe tucano

Em encontro informal, artistas recebem candidato em tradicional ponto no Rio

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Por Roberta Pennafort
Atualização:

Alheios à chuva, cerca de 200 artistas simpatizantes da candidatura do tucano José Serra à Presidência da República se reuniram com ele no fim da noite de quarta-feira, no Rio. O encontro, informal e rápido, regado a chope e petiscos, foi no restaurante Fiorentina, no Leme, tradicional ponto de encontro da classe artística, que foi fechado para os convidados.Arregimentados pelo poeta Ferreira Gullar, amigo de Serra desde os anos 60, e o cineasta Cacá Diegues (que não compareceu), diretores de cinema, produtores, atores, cantores e outros formadores de opinião, em geral críticos do governo Lula, ouviram um breve discurso de Serra sobre temas ligados à cultura, e aplaudiram quando ele falou sobre a "partidarização frenética do Estado brasileiro" e a instauração de uma "República sindicalista" pelo PT."É uma elite sindical alinhada ao governo pelo dinheiro, para fazer um trabalho político partidário", afirmou o candidato tucano, ladeado por seu vice, Índio da Costa (DEM), e Fernando Gabeira, candidato a governador do Rio pelo PV, que conta com apoio do PSDB. Ele censurou ainda o suposto uso das empresas estatais para fins políticos na hora de conceder incentivos fiscais, a Petrobrás principalmente. Também listou realizações suas em São Paulo, como a Virada Cultural, o Museu do Futebol e da SP Escola de Teatro. Até o fim de agosto, Serra espera ter fechado uma proposta para a área a integrar seu programa de governo. Globais. Foi o primeiro encontro com artistas nesta campanha. A lista de convidados tinha 357 pessoas e incluía atores do elenco da TV Globo e grandes nomes do teatro e da música. Ele chegou sob aplausos, às 23 horas, uma hora atrasado, e só discursou na madrugada de ontem, depois de muitas fotos, abraços e conversas ao pé de ouvido.Alguns dos presentes haviam ido embora quando ele começou a falar. Mas a maioria ficou. Os atores Rosamaria Murtinho e Carlos Vereza, o escritor Ivan Junqueira e o cineasta Zelito Viana eram do grupo que já chegou declarando o voto em Serra. "Se não peço um voto de confiança, peço o benefício da dúvida", conclamou Vereza ao microfone (somente seis pessoas tiveram a chance de usá-lo, pois já era bem tarde). "Estamos vivendo uma mentira no Brasil. Se Lula tem 78% de aprovação, Médici tinha 73%", bradou Rosamaria.Outros estavam lá "para conhecer a plataforma", como a atriz Maitê Proença, o humorista Marcelo Madureira e o músico Charles Gavin, que foi do grupo Titãs. Por meio de uma pergunta num papel, Gavin pediu atenção para a "legislação ultrapassada" que atrapalha os artistas. Serra respondeu pedindo que ele lhe enviasse um e-mail sobre o assunto.Os convidados saíram esperando um novo encontro, em que os temas do momento ? Lei Rouanet, Lei sobre Direitos Autorais, entre outros ? sejam abordados mais profundamente.

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