De madrugada, agentes receberam envelopes lacrados com instruções

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Por e Marcelo Godoy
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A prisão do delegado João Rosa provocou reações na Polícia Civil. O presidente do Sindicato dos Delegados, José Leal, foi à sede da corregedoria, na Consolação, no centro, manifestar sua solidariedade ao colega preso. "Fui dar apoio moral sim. Ele (Rosa) tem residência e emprego fixos. Essa prisão era absolutamente desnecessária. A corregedoria foi truculenta."Leal reconheceu, no entanto, que a prisão temporária é instrumento importante da autoridade policial para a apuração de crimes. "Mas nesse caso ela não se aplicava. Conheço o João, conheci seu pai e conheço suas irmãs. Ele tem berço." Segundo ele, o sindicato existe para defender a categoria. "Isso não é corporativismo." Leal não pôde ver o amigo.A Operação 11 de Setembro foi preparada durante uma semana após nove meses de investigações, que começaram com os promotores do Gaeco e foram encampadas pela delegada Maria Inês Trefiglio Valente, que assumiu a corregedoria em abril. Ela destacou o chefe da corregedoria do interior, delegado Luiz Rezende Rebello, para planejar a ação. A ordem para os policiais era "descer a marreta". Mostrar que a "polícia da polícia" estava de volta - assim era conhecida a corregedoria até 1993, quando era chefiada pelo delegado Guilherme Santana. Eram 3h45 de ontem quando os cerca de 200 policiais e promotores se reuniram no auditório da corregedoria, para formar as mais de 30 equipes que participaram da operação. Para cada uma delas foi dado um envelope lacrado com as informações sobre o local e quem devia ser preso. Também foram distribuídos malotes com cadeados para a guarda de material apreendido.O objetivo da operação era achar documentos, computadores e agendas nas casas e escritórios dos investigados. Os mandados de prisão temporária por cinco dias dos acusados foram expedidos pela 5º Vara Criminal de Guarulhos - só um dos investigados, dono de caça-níqueis, permanecia foragido até ontem.

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