De uma só vez, Kaká doou ? 200 mil para a Renascer

Jogador do Milan não sabe estimar quanto já deu em dinheiro para a instituição

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Por e Marcelo Godoy
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Kaká enviou ? 200 mil - cerca de R$ 580 mil, na cotação de ontem da moeda - por meio de ordem bancária da agência do Banco do Brasil, de Milão, para uma conta corrente da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, em um Bradesco de Itupeva, no interior de São Paulo. A doação, em 12 de maio de 2008, é apenas uma das feitas pelo jogador do Milan para a Igreja desde que ele passou a frequentá-la, há 14 anos, quando tinha 12 anos de idade. Leia a íntegra do depoimento do Kaká O jogador foi ouvido pelo Núcleo de Polícia Tributária de Milão, da Guardia di Finanza, a polícia fazendária italiana, em 15 de maio de 2008, na investigação sobre lavagem de dinheiro supostamente feita pelo apóstolo Estevam Hernandes Filho, pela bispa Sonia Haddad Moraes Hernandes e pelos filhos do casal, Daniel e Fernanda Hernandes. No depoimento, Kaká negou ter dado imóveis à Renascer e disse que tudo o que doou foi "em dinheiro". A Assessoria de Imprensa de Kaká disse que o jogador não iria se pronunciar sobre o caso. Os assessores da Renascer informaram que não conheciam o depoimento e, por isso, não se manifestariam. Ricardo Izecson Santos Leite, o Kaká, foi intimado para depor pelos coronéis Ricardo Rapanotti e Vincenzo Tomei, comandantes do Núcleo de Polícia Tributária de Milão, a pedido da Justiça brasileira. No Brasil, o Ministério Público Estadual (MPE) investiga uma grande quantidade de empresas ligadas à Renascer por meio de um esquema formado pela família Hernandes, que acumulou, segundo os promotores, "uma verdadeira fortuna, explorando a fé religiosa de outrem e realizando negócios ilícitos, usando atividades filantrópicas como cobertura". No depoimento, com a presença de oficial da Procuradoria da República em Milão, Kaká respondeu a 14 perguntas enviadas pelo MPE à Itália. O jogador afirmou que conhecia o casal em função de atividade religiosa. Informou que doava dinheiro quando lhe ocorria, sem que houvesse periodicidade regular. Kaká afirmou não saber quanto já havia doado e ainda negou que tenha dado cobertura a Sônia e Hernandes quando tiveram prisão decretada. O jogador disse que esperava que suas doações fossem usadas nas atividades beneficentes, mas contou que nada havia de concreto sobre o emprego do dinheiro. Por fim, afirmou que não tinha a menor ideia sobre a os valores que entravam no caixa da Renascer, suas despesas e os investimentos do grupo.

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