Decisão da Justiça não interfere na CPI de Sto. André

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Por Agencia Estado
Atualização:

A anulação, pelo Tribunal de Justiça (TJ), da denúncia do Ministério Público sobre a existência de uma rede de propina para campanhas do PT, não vai alterar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Santo André, criada para investigar o caso, segundo informou nesta terça-feira o presidente da comissão, vereador Antonio Leite (PT). ?Para nós isso não altera em nada, somos um órgão autônomo?, afirmou. ?Eu penso que temos um trabalho e vamos concluí-lo, porque é um processo diferente?, disse o vereador. ?Se ele for de utilidade para o MP, teremos cumprido a nossa missão?, completou. Leite ressalvou, porém, que vai consultar a assessoria jurídica da Câmara para verificar se a decisão do TJ acarreta algum impedimento ao andamento da CPI, uma vez que ela foi aberta com base na denúcia apresentada pela promotoria e por notícias publicadas na imprensa. ?Vou verificar com a assessoria, mas para mim ela (a decisão) não interfere.? Segundo o parlamentar, continua marcado para o dia 13 o depoimento do empresário Luiz Alberto Ângelo Gabrilli Filho. Ele é dono das empresas de Ônibus Expresso Guarará e Viação São José e foi um dos principais denunciantes do suposto esquema. Nesta terça-feira, Leite, acompanhado do relator da comissão, Donizeti Pereira (PV), e do vereador Donizete Ferreira (PDT), fizeram uma ?diligência? na sede da Viação Nova Santo André, do empresário Ronan Maria Pinto, um dos principais acusados pelo MP. O objetivo principal era verificar a contabilidade. No entanto, Leite disse que os livros da empresa relativos aos anos de 1999, 2000 e 2001 ?não estavam lá?, pois, sempre de acordo com o vereador, foram requisitados pela Receita Federal. Mais uma vez, os vereadores Osvaldo Moura (PMDB) e Carlos Ferreira (PSB), também membros da CPI, deixaram de ir a uma diligência, a exemplo do que já havia ocorrido há duas semanas em uma visita à Expresso Guarará. Leite afirmou que deverá retornar a Nova Santo André na sexta-feira para continuar o trabalho. ?Nós não conseguimos investigar nada porque os livros estavam na Receita?, declarou. O fim dos trabalhos da CPI está marcado para o dia 18, mas já foi prorrogado várias vezes. Programada orginalmente para durar 30 dias, ela se arrasta por cinco meses e poderá só terminar no próximo ano. ?Eu pedi para o relator informar se ele terá condições para entregar o relatório no dia 18. Se não tiver, poderemos pedir uma prorrogação até o recesso parlamentar, então o prazo se interrompe e começa a contar novamente após o recesso?, disse Leite.

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