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Decretada prisão temporária de suspeito de matar modelo

Por Agencia Estado
Atualização:

A Justiça de Minas Gerais decretou a prisão temporária do ex-policial civil e detetive particular Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho, suspeito de ser o autor do assassinato da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, encontrada morta em um flat de luxo da capital mineira em agosto de 2000. O pedido de prisão foi feito nesta terça-feira pelo Ministério Público, que reabriu o caso em novembro do ano passado, contestando o laudo final da Polícia Civil que apontou o suicídio por ingestão de veneno para ratos como causa da morte de Cristiana. Os promotores que investigam o caso estão convictos de que a modelo foi assassinada. O detetive foi namorado de Cristiana e, segundo a apuração do MP, teria sido visto deixando o Flat San Francisco, na zona Sul de Belo Horizonte, no dia 6 de agosto, data em que provavelmente ela teria sido morta. Nesta quarta-feira, o advogado de Pacífico, Marco Túlio Rodrigues de Souza, solicitou a revogação da prisão temporária para seu cliente, com o argumento de que ele estaria em seu escritório, no centro de Belo Horizonte, à disposição da Justiça. ?Já estamos entrando com um habeas-corpus para provar que isso foi um ato unilateral, um absurdo e um abuso de poder dos promotores?, disse o advogado. Durante toda a tarde, policiais vigiaram o prédio onde funciona o escritório do advogado, mas o detetive não foi localizado. A prisão temporária teria sido pedida pelo juiz-sumariante do I Tribunal do Júri, Nelson Missas, porque os promotores desconfiavam que o detetive tivesse a intenção de deixar o País. Pacífico prestou depoimento aos promotores no dia 27 de dezembro do ano passado. Ele negou que tivesse agredido e ameaçado de morte a modelo, como acusaram familiares dela, e que tenha qualquer relação com a sua morte. O promotor Francisco Assis Santiago foi, na época, enfático ao dizer que não ficou convencido de sua inocência. A morte de Cristiana ganhou grande repercussão porque a modelo mantinha contatos com várias autoridades do Estado. O presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o ex-secretário de Governo e Assuntos Municipais Henrique Hargreaves e o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, prestaram depoimento no caso. No último dia 19 de dezembro, o corpo de Cristiana foi exumado no Cemitério da Glória, em Contagem, região metropolitana da capital mineira. Segundo o médico-legista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Roberto Pereira Campos, uma análise preliminar do material recolhido indica que há fraturas nos ossos do crânio e sinais de sangramento no nariz, o que conformaria a suspeita de que ela teria sido agredida antes de morrer.

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