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Decreto de Marta revolta bancada evangélica

Por Agencia Estado
Atualização:

Um decreto da prefeita Marta Suplicy (PT) publicado na edição de hoje do Diário Oficial do Município (DOM) por pouco não acabou com o apoio ao governo dos sete vereadores da base evangélica, que vêm votando constantemente em projetos do Executivo na Câmara Municipal de São Paulo. O decreto 41532 obriga que estabelecimentos de cultos religiosos, lazer, diversão e cultura, com capacidade para mais de cem pessoas, tenham um laudo que comprove a instalação de um sistema acústico para que esses estabelecimentos possam obter alvará e o termo de funcionamento da Prefeitura. O decreto caiu como uma bomba no final da tarde e adiou por horas o início da votação dos projetos polêmicos na Casa, como o substitutivo do IPTU e a mudança da Lei Orgânica do Município (LOM). Ao todo, a bancada evangélica conta com sete votos, que são importantíssimos nesse momento para que o Executivo consiga aprovar os seus projetos. O primeiro a reclamar do decreto foi o vereador Carlos Apolinário (PGT). "Isso é um absurdo. Esse sistema custa, no mínimo, R$ 32 mil", disse o vereador. Enquanto os vereadores da base evangélica discutiam, o líder do governo José Mentor (PT) tentava apagar o incêndio conversando com a prefeita Marta Suplicy (PT) e outros membros do Executivo. Apolinário ameaçou a votar contra os projetos de Marta. "Não é questão de mudar, sempre voto com a minha consciência", afirmou. "Mas a única arma que eu tenho no momento é o meu voto. Não é chantagem ou negociação, mas a minha arma é o voto." Segundo ele, a prefeita pede o seu apoio e, por trás, "solta um decreto desses em minha cabeça". "Não dá para votar (com o governo) desse jeito." Entretanto, Mentor prometeu que decreto será revogado pela prefeita na próxima segunda-feira e, com isso, acalmou os vereadores evangélicos. "A prefeita já me deu a sua palavra de que o problema será resolvido e eu confio na palavra dela", justificou Apolinário. Já o líder da oposição, vereador Gilberto Natalini (PSDB), "cutucava" Apolinário pelas costas, dizendo que ele seria traído pelo PT. "É a escola PT de capoeira. Só rasteira", disse Natalini em plenário para o vereador Apolinário. "Ela (Marta) dá e depois tira."

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