Defesa de viúva de vencedor da Mega quer revogar prisão

Adriana, apontada como mandante de assassinato, alega inocência

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Por Agencia Estado
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A defesa de Adriana Almeida, viúva de Renné Senna, ganhador da Mega-Sena assassinado em 7 de janeiro, entrou nesta terça-feira no Fórum de Rio Bonito com pedido de revogação da prisão preventiva. De acordo com o advogado da ex-cabeleireira, Adélson Rodrigues, a decisão da juíza Renata Gil, da 2ª Vara Criminal de Rio Bonito, deve sair no máximo em cinco dias. "Alego prisão injusta, sem culpa formada", disse o advogado, que assumiu o caso na segunda-feira. Ele é o terceiro a representá-la desde o crime. Segundo Rodrigues, Adriana, apontada pelas investigações como a mandante do crime, disse para a juíza que "não assume o que não fez". Até o início da noite, a juíza não tinha concluído o interrogatório dos seis réus envolvidos no caso. Desde o começo da manhã, a Rua Desembargador Itabaiana de Oliveira, onde fica o fórum, foi interditada. Policiais militares e civis, além de guardas municipais, reforçaram a segurança no local. Muitos curiosos se aglomeraram perto do prédio da Justiça, mas não houve registro de confusão. Cronologia do caso Julho de 2005: René Senna, ex-lavrador e ex-açougueiro de Rio Bonito, ganha sozinho o prêmio de R$ 52 milhões da Mega Sena Janeiro de 2006: René, então com 53 anos, se casa com a cabeleireira Adriana Almeida, de 28 anos Janeiro de 2007: Adriana paga R$ 300 mil por uma cobertura no Arraial do Cabo (RJ). No documento de compra e venda, diz não ser casada nem ter relacionamento estável 4 de janeiro: O casal briga, e Adriana deixa a fazenda de R$ 9 milhões onde morava com o marido 7 de janeiro: René Senna é morto com quatro tiros de pistola à queima-roupa no Bar do Penco 12 de janeiro: Acusada pela única filha de René, Renata, de ser a mandante do crime, Adriana depõe na delegacia de Rio Bonito. A polícia pede quebra do sigilo bancário e telefônico da ex-cabeleireira 27 de janeiro: O motorista de van Robson de Oliveira, de 27 anos, diz em depoimento de seis horas que ele e a viúva se conhecem há três anos, já namoraram, reataram em setembro e passaram o réveillon juntos em Arraial do Cabo 29 de janeiro: Adriana admite que mentiu e pede pra refazer declarações à polícia 30 de janeiro: Adriana é presa sob acusação de envolvimento no crime 1º de fevereiro: Dois policiais militares que trabalharam como seguranças de René Senna foram presos, sob suspeita de participação no crime 2 de fevereiro: O ex-policial militar Anderson Silva de Souza, que atuou como segurança do milionário, se entrega para a polícia, é preso e considerado suspeito 5 de fevereiro: Prisão da professora de educação física Janaína da Silva Oliveira, mulher do ex-policial militar Anderson Silva de Souza - apontado como possível executor do assassinato - e amiga da viúva de Senna, Adriana Almeida. 6 de fevereiro: O último suspeito, o motorista Edney Gonçalves Pereira, se entrega à polícia e nega participação no crime. 8 de fevereiro: Depoimento de Creuza Ferreira Almeida, mãe de Adriana, reforça indícios de que ela tenha ligações com a morte de Renné e do PM Davi Vilhena. Creuza declarou que o ex-PM Anderson da Silva Souza, acusado de ser o autor do crime, tinha ciúmes de Vilhena com o patrão. 14 de fevereiro: Justiça nega pedido de habeas-corpus de Adriana. Decisão levou em consideração conversas telefônicas que indicaram que ela tentou atrapalhar as investigações sobre o caso. 26 de fevereiro: Polícia do Rio faz a reconstituição do crime, no dia 7 de janeiro, na cidade de Rio Bonito. 27 de fevereiro: Juíza prorroga por 30 dias a prisão dos seis envolvidos no caso. 21 de março: Calisto Fernandes dos Santos Filho, de 66 anos, tio de Renné Senna, é encontrado morto na carceragem da Polinter, no Rio. Preso por estupro, ele estaria alojado na mesma cela de Anderson Silva de Sousa, ex-PM e ex-segurança de Renné, um dos suspeitos de ter participado do assassinato do milionário. O delegado responsável pelo caso informa que a Delegacia de Homicídios não vai investigar a morte pois não há indícios de que a morte tenha ligação com o assassinato de Renné. 26 de março: A polícia conclui o inquérito que investiga a morte e acusa Adriana como mandante do crime. 3 de abril: Após a conclusão do inquérito, a juíza Renata Gil da Segunda Vara de Rio Bonito, ouve os seis acusados pela morte de Renné Senna.

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