Defesa tenta, mais uma vez, livrar madrasta

Novo advogado dos Nardoni pede realização de outras provas

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Por José Dacauaziliquá
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A defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá - pai e madrasta acusados da morte de Isabella Nardoni, de 5 anos - entrou com pedido de embargo no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ). O advogado Roberto Podval, que assumiu o caso nesta semana, pediu novamente a nulidade da acusação contra Anna Carolina e a reabertura do processo para que novas provas, consideradas essenciais, sejam produzidas. O casal está preso em Tremembé, no interior, desde maio de 2008. "Não há no processo uma justificativa que comprove a participação dela no evento. Desse modo, fica complicado defender alguém", disse Podval - que substituiu Marco Polo Levorin. Podval teve de redigir o embargo às pressas porque o prazo para que a defesa recorresse expiraria em 48 horas após a publicação da decisão. Ele ainda não teve tempo de ler todo o processo, que é volumoso. Esse pedido de embargo poderia ter sido elaborado por Levorin, que mesmo tendo renunciado ao caso, ainda teria dez dias para defender o casal. O novo defensor alegou que o Ministério Público Estadual acusou a madrasta de ter participado da morte de Isabella, que teria sido esganada e atirada do sexto andar do prédio onde o casal morava, mas não tem "provas concretas". Com base nesse fato é que Podval também pediu a reabertura da fase de instrução para a produção de novas provas para saber o que teria acontecido na noite de 29 de março de 2008, no edifício Residencial London, na Vila Mazzei, zona norte. Ele não quis adiantar quais seriam essas provas. A estratégia do advogado é esgotar as possibilidades de recurso no TJ paulista para levar o caso a instâncias superiores. NOVA DERROTA Anteontem, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido feito anteriormente para revogar a prisão preventiva da madrasta. Levorin também afirmou que não há como provar a participação dela. Laudo particular da defesa afirma que Isabella não foi esganada. Relator do pedido, o ministro Napoleão Nunes Filho justificou que a liberdade da madrasta não poderia ser discutida num habeas corpus dado o complexo debate entre laudos oficiais e da defesa. Além disso, alegou que a questão não foi debatida por completo no TJ.

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