Delator perdeu a casa

Pivô do 'mensalão do DEM', Durval Barbosa teve a mansão leiloada no DF

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Por R$ 3,5 milhões, a construtora Dharma, de Minas Gerais, arrematou ontem, em leilão público, a mansão do ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção, batizado de "mensalão do DEM" e desmantelado em 2009 pela Operação Caixa de Pandora. O valor corresponde a menos de 1% dos R$ 540 milhões que o esquema teria desviado em dez anos, segundo cálculo preliminar do Ministério Público.

PUBLICIDADE

A mansão, de 862 metros quadrados, fica no Lago Sul, endereço nobre de Brasília. Foi toda construída com dinheiro desviado de contratos do governo com a área de informática, segundo confissão do delator. A Dharma pertence ao empresário Carlos Alberto Pereira e ganhou musculatura nos últimos anos com o programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Ex-prefeito de Lavras (PDT), alcançado pela Lei da Ficha Limpa devido a um processo por improbidade administrativa, ele foi candidato derrotado a deputado federal em 2010.

Pereira disse que não conhece Barbosa e acompanhou pela imprensa o escândalo da Caixa de Pandora, que provocou a prisão e afastamento do governador José Roberto Arruda, além do indiciamento de mais de 30 pessoas, entre políticos, empresários e altos dirigentes públicos envolvidos nas fraudes. A intenção do empresário é instalar no imóvel um escritório de representação ou a consultoria jurídica da empresa, de olho na expansão dos negócios no mercado imobiliário de Brasília.

"O único significado que vejo nesse negócio é comercial", disse Pereira, para quem a Justiça do DF dá um exemplo a ser seguido no País.

O leilão foi determinado pela 5.ª Vara Criminal de Brasília. O dinheiro será transferido para a conta do governo do Distrito Federal, que já prometeu investi-lo nas áreas de saúde e habitação. Outros bens sequestrados pela Justiça em poder de operadores do esquema deverão ter o mesmo fim. / VANNILDO MENDES

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.