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Delegacia é alvo de tiros em São José dos Campos

Foram disparados 15 tiros contra o prédio por volta das 23 horas, mas nenhum deles atingiu os três policiais que estavam no local

Por Agencia Estado
Atualização:

O 3º Distrito Policial de São José dos Campos, a 90 quilômetros de São Paulo, foi alvo de um atentado na noite de domingo. Foram disparados 15 tiros contra o prédio por volta das 23 horas, mas nenhum deles atingiu os três policiais que estavam no local. Na delegacia estão presos ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e também presos condenados, foragidos da Justiça. Os criminosos também tentaram pular o muro da delegacia, mas acabaram fugindo sem ser identificados. Apesar do ataque, o delegado Gilmar Guarnieri não acredita na hipótese de tentativa de resgate dos presos que estavam temporariamente em uma cela, dentro da delegacia. "Se quisessem resgatar alguém, teriam entrado na delegacia e seriam recebidos a tiros. O que aconteceu foi uma arruaça". Desde os atentados do PCC (Primeiro Comando da Capital) os dois Centros de Detenção Provisória de São José dos Campos deixaram de receber presos. A cadeia de Jacareí, outro destino das pessoas presas em São José, também foi interditada pela Justiça e duas delegacias da cidade passaram a receber presos em cela improvisada. "No terceiro DP estão os presos mais perigosos e na Delegacia Participativa os presos administrativos", informou o delegado seccional de São José dos Campos, Djahy Tucci. Condições precárias Esta manhã 19 homens estavam na cela do distrito policial, tendo que fazer revezamento para dormir ou simplesmente sentar no chão. "A gente fica se revezando. Cinco dormem e os outros esperam em pé, na parede", reclamaram os presos, com o rosto coberto por camisetas. A cela tem 3 metros por 2,5 de cumprimento e capacidade para quatro pessoas. "No mesmo lugar onde fazemos as necessidades, dormimos e comemos. Não há divisão pra nada, tem gente morrendo aqui, com problema de saúde, falta de atendimento médico", comentaram os detentos. O delegado seccional de São José diz que para cada transferência é preciso "pedir favor" para os diretores de cadeias e Centro de Detenção Provisória (CDP). "Como se manter um criminoso preso fosse um favor". No final da tarde de hoje, 11 presos foram transferidos para o CDP de São José, restando oito presos na cela.

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