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Delegado diz que assassinato de juiz em Vitória foi elucidado

Por Agencia Estado
Atualização:

Com a prisão de três supostos assassinos do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, o secretário da Segurança do Espírito Santo, Rodney Miranda, disse, nesta terça-feira, que o caso está praticamente elucidado. Miranda afirmou que dados reservados indicam que o crime foi encomendado pelo coronel da reserva da Polícia Militar Walter Gomes Ferreira, transferido em dezembro para uma prisão federal do Acre por decisão do magistrado. O secretário descartou a hipótese de o juiz ter reagido a um assalto, alegada por Giliard Ferreira de Souza, de 20, que confessou nesta terça-feira ter atirado em Castro Filho. Exames de balística comprovaram que os três tiros disparados contra o juiz saíram de pistolas calibre 765 e uma .40 achadas com os acusados. A polícia localizou motocicleta, roupas e capacetes usados pelos assassinos. Também achou uma terceira arma, enterrada no quintal de uma casa em Vila Velha, que pertenceria ao juiz. Além de Souza, a polícia prendeu André Luiz Barbosa Tavares, de 22 anos, que seria o proprietário da moto, e Leandro Celestino dos Santos, de 23, que disse ser o dono da pistola 765, emprestada a Souza. "Ele reagiu a um assalto, fez um disparo, e eu tive de atirar nele. Ele caiu no chão, e o outro rapaz chegou, atirou e pegou a arma dele. A gente não sabia que ele era juiz, queria a caminhonete", declarou Souza. O secretário afirmou que os criminosos chamaram a vítima pelo nome ao abordá-la, o que reforça a tese de execução. Miranda confirmou, porém, que Castro Filho efetuou disparos depois de ser baleado. "Todos os indícios apontam para o coronel. Informações indicam que o crime foi encomendado por ele a uma pessoa que contratou os executores e que esperamos prender em breve", afirmou Miranda, que deverá requisitar à Justiça o depoimento do coronel. Até o fim da tarde desta terça, a polícia tentava prender Odessi Martins da Silva Junior, o Júnior Lombrigão, suposto autor dos disparos que atingiram o braço e a cabeça do juiz. Envolvido em crimes encomendados por traficantes, Silva ficou preso por roubo durante 1 mês e 10 dias, mas foi libertado há 15 dias. O corpo do juiz foi enterrado à tarde no Cemitério de Inhaúma, na zona norte do Rio. Em clima de indignação, cerca de 200 pessoas, entre parentes, juízes, promotores e ex-colegas da Universidade Gama Filho acompanharam o sepultamento. Chorando o tempo todo, a namorada do juiz, Letícia Serrão, teve de ser amparada pelos pais. Em Vitória, 2 mil universitários fizeram uma manifestação para cobrar justiça. "Este Estado está podre", disse, chorando, Kamila Pegoretti, de 22. Outros estudantes exibiram faixas com a inscrição "A guerra é aqui". Veja o especial:

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