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Delegados ameaçam entrar em greve no Rio

Terminou sem acordo a reunião desta quinta-feira entre representantes dos delegados da Polícia Civil e o secretário de Segurança Pública, Evaldo Martinelli. Eles ameaçam entrar em greve na sexta-feira por tempo indeterminado

Por Agencia Estado
Atualização:

Terminou sem acordo a reunião desta quinta-feira entre representantes dos delegados da Polícia Civil e o secretário de Segurança Pública, Evaldo Martinelli. Os delegados, que fizeram uma paralisação de 48 horas, encerrada às 8 horas de hoje, ameaçam entrar em greve na sexta-feira por tempo indeterminado. A categoria, cujo salário inicial é de R$ 3,6 mil, reivindica equiparação com os procuradores de Estado, carreira cujo piso é de R$ 8 mil. O Espírito Santo tem 235 delegados, dos quais 90 são inativos. Na reunião, o governo do Estado ofereceu reajuste de 8% aos delegados, o dobro do recebido pelos demais servidores, mas os delegados não gostaram. "É menos que uma gorjeta de garçom. A proposta não tem nada a ver com o que pretendemos. A categoria está exaltada", disse o presidente do Sindicato dos Delegados do Estado, Dirceo Antônio Leme de Melo. Nesta sexta-feira os delegados fazem uma nova assembléia, à tarde, no pátio da chefatura de polícia. De acordo com o sindicalista, o resultado mais provável é a decretação de greve por tempo indeterminado. Com os delegados em greve, toda a Polícia Civil deve parar. Apenas os registros de flagrantes e o recolhimento de corpos serão mantidos. "Os ânimos estão à flor da pele pela falta de respeito do governo do Estado", afirmou Melo. O sindicalista disse também que a Secretaria de Justiça, responsável pelo sistema prisional, enviou ofício à Polícia Civil informando que se nega a receber as pessoas presas pela corporação. "O Departamento de Polícia Judiciária está ficando abarrotado, temos que dar uma definição", argumentou Melo. Ele contou que há presos detidos em cubículos sem banheiro ou ventilação, nos corredores e mesmo em carros da polícia. Melo repetiu a ameaça de entregar presos no Palácio Anchieta, sede do governo. "A Lei de Execuções Penais diz que o preso tem que estar em local digno. Quer local mais digno que o palácio?", ironizou o presidente do sindicato, que pediu a demissão do secretário de Justiça, Angelo Roncalli. "O secretário devia pedir o boné e ir embora pra casa. Ele está inviabilizando o governo." A Secretaria de Justiça informou que a decisão de não receber presos foi temporária e vigorou apenas no carnaval. O órgão admite que o sistema carcerário está superlotado. Capaz de suportar cerca de 3,5 mil presos, tem 1,8 mil detentos a mais. Procurada pelo Estado, a assessoria da Secretaria de Segurança Pública não atendeu aos telefonemas e não retornou os recados.

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