Denarc apreende 1,8 t de maconha

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Por Agencia Estado
Atualização:

Policiais do Departamento de Narcóticos (Denarc) apreenderam nesta terça-feira, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, 1,8 tonelada de maconha que veio do Paraguai e prenderam cinco acusados de serem os responsáveis pela droga. É a maior quantidade de maconha apreendida pela Polícia Civil nos últimos dois anos. A droga foi transportada de Dourados (MS) para São Paulo em dois cilindros de concreto, do tipo usado na fabricação de asfalto. Essa modalidade de transporte tem o objetivo de dificultar a fiscalização nas estradas e foi considerado inédito pela polícia. A forma mais comum de transporte em caminhão é usando um fundo falso para esconder a carga. O delegado Fábio Dalmas, da 2ª Delegacia da Divisão de Investigação sobre Entorpecentes (Dise) do Departamento de Narcóticos (Denarc), suspeita de que a droga seria distribuída na Grande São Paulo durante o carnaval. Ele disse que as investigações continuam para identificar quem seriam os compradores da maconha. A polícia chegou ao grupo depois de saber que um grande carregamento de maconha vinha do Mato Grosso do Sul para São Paulo. Os policiais do Denarc encontraram o caminhão de placas HQT-5093, de Dourados (MS), num posto de gasolina da Estrada de Santa Isabel, em Itaquaquecetuba. Os cilindros estavam na carroceria. Eles ficaram à espera dos responsáveis pela carga. Quando quatro acusados chegaram, às 18 horas desta terça, foram presos. Um quinto homem foi preso em Cotia, na Grande São Paulo. Cada cilindro tinha um metro de circunferência por quatro metros de comprimento. Estavam cheios de pacotes de maconha, cada um pesando de 500 gramas a 1,5 quilo. O descarregamento, em frente ao prédio do Denarc, na Rua Brigadeiro Tobias, centro da capital, atraiu a curiosidade do público e causou lentidão no trânsito. O Corpo de Bombeiros levou pelo menos uma hora no trabalho de abrir as tampas dos cilindros. Na avaliação de Dalmas, isso indica o quanto as quadrilhas sofisticam o transporte para dificultar a identificação da droga. Numa blitz em uma estrada, dificilmente a polícia teria como abrir os cilindros. Um dos acusados, Paulo Eduardo Ferrari, de 28 anos, preso em Cotia, é suspeito de ser um dos compradores, mas nega a acusação. Em entrevista, o mecânico José Lisboa, de 43 anos, confessou ser o dono da droga e responsável pelo transporte até São Paulo. Ele disse que comprou o produto em Ponta Porã, de um traficante do Paraguai, e iria repassá-lo a compradores de São Paulo. Os outros três acusados, Marcelo Aparecido Carvalho Bueno, de 33 anos, Edvaldo Cerino Guarinelli, de 34, e Rubens Rocha Pereira, de 30, também negaram participação na acusação de tráfico. Bueno disse que foi contratado por Lisboa, por R$ 800,00, para transportar os dois cilindros no seu caminhão, mas alegou que não conhecia o conteúdo da carga. Bueno disse que atendeu a pedido de Lisboa de achar um carro com braço mecânico para remover os cilindros. No momento em que chegou ao posto de gasolina, ele estava com Rocha, que o havia procurado para prorrogar o prazo do pagamento de uma dívida originada da venda de um carro ? segundo a versão dos dois. No entanto, todos os cinco foram autuados por tráfico de drogas e formação de quadrilha e, em caso de condenação, podem pegar 3 a 15 anos de prisão. A polícia vê a versão dos que negam envolvimento como estratégia de defesa. Dalmas disse que tem provas que incriminam os cinco acusados no tráfico. O crime é inafiançável, e a previsão era de que, nesta quarta-feira, eles seriam recolhidos à cadeia pública de Itaquaquecetuba.

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